Menos empresas com nível máximo nos ratings de sustentabilidade em 2022

Descida dos níveis de performance relacionado com a falta de respostas e regulação mais apertada

A instituição sem fins lucrativos CDP (Carbon Disclosure Project), uma das mais importantes agências de rating no tópico de sustentabilidade, revelou na passada terça-feira, dia 13 de dezembro, que o número de empresas que atingiram o nível máximo de divulgação (“AAA”) baixou de 14 para apenas 12.

A iniciativa de disponibilizar informação é totalmente voluntária, sendo que mais de 29.500 empresas não consideram relevante disponibilizar ao CDP quaisquer dados para que este faça a sua apreciação anual, recebendo, automaticamente, a avaliação mínima (“F”). Entre estas empresas estão as petrolíferas Saudi Aramco, ExxonMobil e Chevron, bem como a controversa Tesla, produtora de veículos elétricos detida pelo mais recente dono da plataforma Twitter, Elon Musk. 

Do ponto de vista dos especialistas no clima, investidores e reguladores, a necessidade de aumentar a transparência na luta contra as alterações climáticas será um tópico central na atividade de qualquer empresa. 

De facto, pontos de âmbito social e de governo corporativo tomam, também, uma relevância sem precedentes, com modelos como o ESG (Environment, Social and Governance) a ganharem espaço no dia a dia das grandes empresas, um pouco por todo o mundo. 

Greenwashing

O real avanço deste novo pilar empresarial da sustentabilidade tem, no entanto, vindo a ser associado a atitudes questionáveis como o greenwashing. Esta manobra corresponde à tentativa de vender a imagem de que uma empresa está focada em práticas que não põem em causa as gerações futuras, enquanto essa ideia é usada como mero veículo de marketing.

De destacar são as performances de grandes conglomerados de bens de consumo como Beiersdorf e Danone, que conciliam dimensão com o top 2 de performance no rating CDP. Além disso, destacam-se outros nomes sonantes que alcançaram a classificação máxima, tais como, L’Oréal, HP, LVMH e Philip Morris.

Dois terços das empresas registaram zero melhorias na transparência

Números preocupantes apontam que dois terços das empresas classificadas entre “A-“ e “D” registaram zero melhorias na transparência e ações de cariz sustentável, em comparação com o ano passado. 

Este é mais um sinal de que a crescente preocupação com o futuro será um caminho exigente para aqueles que reconhecem a necessidade de ir mais longe, e que ainda existem muitas empresas que estão em fases embrionárias do processo.

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