Meme é vendido como NFT por 473 mil dólares

A fotografia original de Zoe Roth, conhecida como o meme da “Disaster Girl” (“rapariga do desastre”) por se ter tornado viral nas redes sociais, foi vendida esta quinta-feira (29), como NFT (Non Fungible Token), por cerca de meio milhão de dólares.

Quem não se lembra desta fotografia? Nas redes sociais, enquanto faziam scroll no Facebook, no Instagram ou até numa conversa no Whatsapp, decerto já se cruzaram com esta mediática fotografia de Zoe Roth, em criança, na qual se observa uma moradia a deflagrar-se em chamas em segundo plano. Atualmente, Zoe, estudante universitária de 21 anos, decidiu transformar o meme pelo qual é conhecida num NFT e vendeu-o por um valor considerável: 473 mil dólares (o equivalente a 393.512,44 euros). Esta ideia de venda surgiu após o recebimento de um email anónimo em meados de fevereiro.

E o que é um NFT? Um Non Fungible Token é um conceito que tem ganho notoriedade ultimamente, sobretudo no que toca às artes digitais, uma vez que tem como base a conceção de uma autenticidade exclusiva a uma propriedade digital sendo, basicamente, um certificado de posse digital, encriptado com uma assinatura do artista. Desta forma, permite que versões originais de conteúdo online sejam comercializadas como obras de arte.

A compra ocorreu num leilão de 24 horas, tendo o colecionador de arte digital com o nome de utilizador @3FMUSIC adquirido o meme. Contudo, há um aspeto curioso: em vez de dólares, euros ou qualquer outra moeda física, a transação foi efetuada com a troca de 180 Ether – uma criptomoeda da rede Ethereum. Apesar da venda, a Zoe continuará a deter os direitos de autor da foto, uma vez que o NFT foi programado para manter os seus direitos intocáveis, e dessa maneira irá receber 10% do valor de futuras vendas da fotografia. Após a venda do NFT por 473 mil dólares, Zoe Roth, afirmou que iria doar parte do valor a instituições de caridade e que iria utilizar outra parte para pagar o seu empréstimo estudantil.

“Aparecer em memes que se tornam virais é bom, mas manter a imagem dessa pessoa viral e relevante é fascinante”, disse a jovem universitária ao New York Times.”Estou muito grata por toda a experiência.”, acrescentou.

A fotografia, cujo autor é o pai de Zoe – Dave Roth – um fotógrafo amador, remonta a janeiro de 2005. Após terem saído de casa para testar a nova câmera na zona de Mebane, Carolina do Norte, Dave parou perto de uma moradia que estava sob um incêndio controlado e fotografou a sua filha de quatro anos. Anos mais tarde, o sorriso malicioso/sádico da pequena Zoe veio a ganhar um prémio e foi nessa altura, em 2008, que se tornou um clássico da internet, usado para ironizar situações de desastre em que alguém “saía por cima”.

Autor: Pedro Jorge