A McDonald’s ($MCD) vai aumentar o salário por hora em 10% nos próximos meses, passando os empregados a receber 13 dólares por hora, estando ainda previsto que até 2024 aumente até aos 15 dólares. Os trabalhadores recém-contratados vão passar a receber pelo menos 11 dólares por hora, enquanto que os gestores de turno irão auferir pelo menos 15 dólares por hora.
Este aumento vai afetar cerca de 650 lojas nos Estados Unidos, englobando mais de 36.500 empregados. Estes aumentos estão a ser anunciados de modo a incentivar novos trabalhadores a se candidatarem à empresa líder de fast food, uma vez que esta pretende recrutar cerca de 10 mil trabalhadores numa indústria que enfrenta uma escassez de mão de obra. Também a Amazon ($AMZN), líder mundial de e-commerce, anunciou que necessita de mais trabalhadores, pelo que pretende criar cerca de 75 mil postos de trabalho.
Um constrangimento a esta implementação reside na enorme quantidade de lojas em regime de franchising, cerca de 95% das lojas nos EUA, que definem e fixam o seu pagamento aos seus colaboradores. A própria McDonald’s não pode obrigar a implementar estas medidas. Em declarações, a McDonald’s espera convencer os seus franchisados a seguir o seu exemplo. Joe Erlinger, presidente da McDonald’s dos EUA, afirmou: “Encorajamos todos os nossos proprietários a assumir o compromisso com as suas equipas de restaurantes de forma a melhorar a sua comunidade, as suas pessoas e a elevar o crescimento a longo prazo”.
Antes da McDonald’s anunciar os seus aumentos salariais já algumas empresas da restauração tinham feito o mesmo. São alguns exemplos a Chipotle ($CMG), que irá aumentar até aos 15 dólares por hora até ao final de junho, e a Darden Restaurants ($DRI), que informou em março que iria garantir aos seus trabalhadores 12 dólares por hora, incluindo gorjetas, até 2023.
Depois do anúncio dos aumentos salariais, o sindicato Fight for $15 e a campanha dos trabalhistas tentam encorajar os trabalhadores da McDonald’s a fazerem greve, no dia 19 de maio em 15 cidades dos EUA, de modo a reivindicarem no mínimo 15 dólares por hora. Esta greve está programada para ocorrer um dia antes da reunião anual dos acionistas da empresa.
Autor: João Melo