A fintech britânica apresentou finalmente as suas contas relativas ao ano de 2021, cujo atraso foi justificado pela reformulação dos sistemas internos de contabilidade da Revolut. Contudo, tais resultados não deixaram os auditores convencidos.
O auditor da Revolut, BDO, não conseguiu verificar de forma independente três quartos dos 636 milhões de libras (cerca de 719 milhões de euros) da receita relatada pela empresa relativa a esse ano.
No relatório anual da Revolut, a BDO foi citada como tendo dito que as demonstrações financeiras dão uma “visão verdadeira e justa do estado do grupo”, embora tenha alertado que algumas informações podem estar “materialmente distorcidas”.
O auditor indicou que os procedimentos de verificação não foram capazes de “fornecer garantia adequada e suficiente” sobre 477 milhões de libras (539 milhões de euros) em receitas de assinaturas, cartões, câmbio e outras atividades.
Pela primeira vez, a fintech apresentou lucro anual em 2021 de cerca de 29 milhões de euros, em contraste com os 252 milhões de euros de prejuízo apresentados em 2020.
Como todos se devem recordar, em 2021 verificou-se um “bull market” nos preços das criptomoedas, e essa foi a área onde a Revolut mais investiu nos últimos anos.
A possibilidade de participar nesse mercado, usando a app da Revolut, terá levado mais utilizadores a subscreverem planos mensais, para poderem investir nas criptomoedas de forma mais barata do que usando a versão gratuita da app.
Desta forma, a Revolut indicou que o aumento de 75% das subscrições de planos pagos (mensalmente), por parte dos utilizadores da app financeira, foi um dos fatores que impulsionaram o desempenho da empresa em 2021.
Os quadros superiores da Revolut desvalorizam as dúvidas impostas pelo auditor, constatando “… que as receitas e o balanço [da empresa] não estão a ser postos em causa”.
O que está em causa, diz a mesma fonte, “são as funcionalidades limitadas nos nossos sistemas de IT, que existiram durante uma parte do ano de 2021”, uma matéria que foi corrigida ainda no decorrer desse ano.
Aliás, acrescenta a Revolut, “a BDO já realizou uma grande parte do trabalho de auditoria relativo à operação de 2022 e não notificou a Revolut de qualquer problemas significativos”. Por essa razão, a Revolut diz confiar que os resultados de 2022, quando forem apresentados, não vão ser marcados por quaisquer dúvidas manifestadas pelo auditor.

Francisco Castilho, 20 anos, natural de Coimbra. Atualmente frequenta o 2ºano da licenciatura em Gestão pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). Terminou recentemente um programa de embaixadores numa empresa de estratégia e marketing digital (Triber Academy), desempenhado a função de digital marketing copywriter. As áreas dos investimentos, finanças pessoais e análise fundamental de empresas são as que mais constam nos seus artigos e procura aprender mais com as diversas temáticas que surgirão na MeuCapital.