Apesar dos preços das casas em Portugal terem aumentado 13% e as rendas terem verificado um acréscimo de 6,4% no seu preço em relação ao 1º trimestre do ano de 2021, a cidade mais cara do país está fora do top 100 das cidades mais caras do mundo em 2022.
Lisboa, segundo o estudo da consultora Mercer, é a 109.ª cidade mais cara do mundo em termos de custo de vida para expatriados, descendo 26 posições em relação a 2021, num ranking liderado por Hong Kong, na China.
“Considerando apenas o continente europeu, Lisboa é a 36.ª cidade mais cara para expatriados“, conclui o estudo “Custo de Vida 2022”, lançado pela consultora.
Este estudo é efetuado através da inclusão de 227 cidades do mundo onde vivem trabalhadores expatriados, verificando que os padrões de mobilidade internacional dos colaboradores estão a evoluir como resultado da taxa de câmbio e da inflação e do aumento do trabalho remoto e flexível. Para consolidação, o trabalhador expatriado consiste num colaborador que é contratado para uma empresa a operar no exterior, onde este aufere um salário compatível com as suas funções e com nível de vida vigente na economia em que a empresa se insere.
Desta forma, este estudo é realizado a partir da análise conjunta do custo comparativo de mais de 200 itens em cada local, incluindo habitação, transporte, alimentação, vestuário, produtos domésticos e entretenimento, e que utiliza Nova Iorque como cidade-base para todas as comparações, inclusive os movimentos monetários são medidos em relação ao dólar norte-americano, dado o custo de vida da cidade e a imensa centralização de serviços existente na cidade.
Lisboa, a única cidade portuguesa a integrar o estudo, desceu 26 posições no ranking global, passando a ser a 109.ª cidade mais cara do mundo em termos de custo de vida para expatriados e a 36ª posição a nível europeu, ficando abaixo do meio da tabela das 57 cidades europeias, atrás de cidades como Madrid (90.º lugar a nível mundial) ou Barcelona (78.º).
No ranking global, Hong Kong volta a ser a cidade mais cara do mundo para expatriados, posição que mantinha há anos consecutivos, mas que em 2021 perdeu para Ashgabat, no Turquemenistão, passando a ocupar o segundo lugar.
De acordo com o estudo “Custo de Vida 2022”, as cidades suíças de Zurique (2.º), Genebra (3.º), Basileia (4.º) e Berna (5.º) completam as cinco primeiras localizações mais caras do mundo para expatriados. No continente europeu, além das quatro cidades da Suíça, o ranking é liderado por capitais de países, nomeadamente Copenhaga (Dinamarca), que a nível global surge em 11.º lugar, Londres (Reino Unido, 15.º), Viena(Áustria, 21.º), Amesterdão (Holanda, 25.º) e Oslo (Noruega, 27.º).
Assim e segundo as declarações da Mercer, “o aumento do trabalho remoto e flexível, a guerra na Ucrânia, as variações cambiais e a inflação generalizada”, estão a impactar materialmente no pagamento dos trabalhadores, o que poderá vir a ter efeitos negativos para as empresas mundiais na retenção de talento, bem como a instabilidade que se pode vir a verificar no poder de compra dos trabalhadores expatriados.
Duarte Talhão, 18 anos, natural de Faro. Frequenta o 2º ano de licenciatura em Gestão de Empresas na Faculdade de Economia da Universidade do Algarve (UALG). Atualmente pretende desafiar-se diariamente e dado o gosto pela área económico-financeira, decidiu integrar a MeuCapital em março de 2022 onde o fulcral objetivo passa por abordar e desmistificar temas que promovam a literacia financeira e que permitam a constante aprendizagem com os restantes membros da organização.