A JPMorgan Chase, líder mundial em serviços financeiros, apostou numa expansão, fora dos EUA, através da compra da Nutmeg, a maior empresa de investimentos online no Reino Unido, por um valor desconhecido. O acordo com a robo-advisor (conselheira robô) inglesa, que tem a seu cargo 3,5 mil milhões de libras em ativos para gerir, vai ajudar a lançar um banco online no Reino Unido sob o nome Chase nos próximos meses.
“Nós estamos a desenvolver a Chase no Reino Unido do 0, com a tecnologia mais recente e colocando a experiência do cliente no coração da nossa oferta, princípios que a Nutmeg partilha connosco” disse Sanoke Viswanathan, diretor da divisão internacional do consumidor da JPMorgan Chase.
Criada em 2012, a Nutmeg é uma das mais populares gestoras online com mais de 140.000 clientes.
De acordo com o CEO da Nutmeg, Neil Alexander, o grupo “formará a base da oferta de gestão de património digital internacionalmente no longo prazo, complementando o lançamento da Chase como um banco digital no Reino Unido no final do ano.”
A decisão do banco de investimento de se juntar com uma empresa nova e orientada para a tecnologia faz parte de uma estratégia para se posicionar como um “banco desafiador”.
O setor bancário no Reino Unido é bastante concorrido, com empresas recentes como a Revolut e a Monzo a competirem com a “velha guarda” como o Barclays, Lloyds, HSBC e NatWest. Em vez de tentar criar a sua própria sucursal, a JPMorgan Chase está a entrar diretamente no movimentado ecossistema de fintech do país, um dos mais valiosos do mundo, e o banco de investimento diz que mais aquisições se podem seguir.
Contudo, o acordo também promete aumentar as participações no setor bancário do Reino Unido de forma mais ampla. Enquanto a Revolut, Monzo e outras ponderam a possibilidade de ofertas públicas iniciais multimilionárias, uma “besta” de capital aberto está prestes a entrar no seu território. Isto também servirá como um alerta para os bancos estabelecidos no Reino Unido que viram o declínio de longo prazo em agências físicas acelerado pela pandemia.
Autora: Mariana Sardinha