A corretora e maior plataforma de crypto dos EUA, a Coinbase, registou perdas trimestrais muito acima do esperado pelos analistas.
O seu desempenho foi levado pela queda para menos de metade nos volumes transacionados em criptoativos, o que levou a que a corretora reportasse um prejuízo recorde de 1,1 mil milhões de dólares no segundo trimestre deste ano, mantendo-se no seguimento dos seus resultados negativos no ano de 2022.
De realçar também, o facto de este ano ter vindo a ser marcado pelo colapso das valorizações das criptomoedas. No segundo trimestre homólogo, a Coinbase registou lucros de 1,6 mil milhões de dólares.
A corretora americana de criptoativos reportou receitas de 803 milhões de dólares (cerca de 786 milhões de euros) no segundo trimestre, o que representa uma queda de 31% face ao trimestre anterior e de 61% face ao trimestre homólogo.
O número de utilizadores ativos na corretora foi de 9 milhões, o que face aos 9,2 milhões do trimestre anterior, representa uma queda de 2%.
O volume de negociação na plataforma caiu em 30% face ao primeiro trimestre para os 217 mil milhões de dólares (cerca de 212 mil milhões de euros) e os ativos na plataforma caíram 63%, dos 256 mil milhões de dólares (cerca de 251 mil milhões de euros), no primeiro trimestre, para os 96 mil milhões de dólares (94 mil milhões de euros).
A Coinbase, assim como outras plataformas de cryptocurrencies, foi fortemente afetada pela desvalorização em massa dos ativos digitais que se verificou ao longo dos últimos meses e pelo colapso de projetos como a stablecoin TerraUSD e de instituições de crédito crypto, como a Celsius.
A plataforma indicou, ainda, que espera que os volumes de negociação continuem a cair durante o trimestre em curso, pressionados pelo colapso de vários players de criptoativos.
A Bitcoin, principal criptomoeda mundial, regista, também, uma queda acumulada de 50% desde o início do ano, o que já levou várias empresas do setor, incluindo a Coinbase, a extinguir com postos de trabalho.

Sérgio Garcez, 20 anos, natural de Viana do Castelo. Atualmente frequenta o 3.º ano da licenciatura em Gestão na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP). Dado o seu interesse pela área financeira e o seu gosto pela escrita, ingressou na MeuCapital em março de 2022, com o objetivo de promover a literacia financeira em Portugal.