A intensificação da repressão das criptomoedas pela China colocou a Bitcoin em 30.000 dólares americanos, um preço considerado “chave” para as perspetivas a curto prazo da moeda virtual.
Esta terça-feira, 22 de Junho, a Bitcoin caiu 4,3%, para cerca de $31.171, sendo que uma quebra dos $30 000, poderá prejudicar o sentimento do mercado, e aumentar a probabilidade de um sell-off ainda mais profundo.
O cofundador da plataforma de empréstimos de criptomoedas Nexo, Antoni Trenchev, afirmou: “Vamos muito provavelmente continuar a negociar dentro do intervalo de $30.000 a $40.000 e, esperemos que $30.000 se mantenham como o mínimo do ano. Se não, devemos revisitar os $25.000 e até os $20.000 antes da próxima subida.”.
Nesta segunda-feira, o banco central da China afirmou ter convocado os maiores credores para reiterar a proibição dos serviços de criptomoeda. O impacto ambiental dado pela enorme quantidade de energia que a extração de muitas criptomoedas requer é uma das suas principais preocupações. Desta forma, as autoridades chinesas já estão a tentar erradicar as operações de mineração de criptomoedas.

Uma descida para valores abaixo dos $30.000 levaria a um impacto enorme no sentimento do mercado, quanto à Bitcoin, podendo causar “panic selling”, constatou Pankaj Balani, diretor executivo da bolsa de derivados de ativos digitais, Delta Exchange. Contudo, ele espera que a moeda se recupere e alcance os 40.000 dólares americanos nas próximas semanas.
Michael Novogratz, fundador e CEO da Galaxy Digital, chamou a Bitcoin de “ouro digital”. Desta forma, os defensores das criptomoedas continuam a argumentar que os tokens são uma reserva confiável de valor. “Se pretende comprar ouro, a Bitcoin é uma versão melhor porque tem os mesmos ventos macro, mas também está no início da curva de adoção”, disse Michael.
A popularidade das moedas alternativas à Bitcoin e à Ethereum, bem como o crescimento nas apostas alavancadas nestas duas, foram umas das marcas deste “boom” do mercado das criptomoedas no início deste ano. Nas últimas 24 horas, a Ethereum e a Dogecoin caíram 4,2% e 27%, respetivamente.
A Bitcoin caiu para metade de 65.000 dólares, recorde atingido em meados de abril, embora no ano passado tenha aumentado mais de 200%.
Adam Reynolds – diretor executivo da Asia-Pacific do Saxo Bank Group – diz que “As condições de trading negativas no mercado provêm de uma posição demasiado longa, dado o forte crescimento do primeiro trimestre do ano, que ainda não se dissipou”.
Autora: Inês Pereira