O petróleo tem registado um crescimento que não passa por despercebido, tendo alcançado neste fim-de-semana os seus valores máximos nos últimos anos, num cenário económico em que paira uma crescente procura pela commodity e pelos seus combustíveis derivados. Devido a esta instabilidade, os investidores mantêm-se atentos às conversações e negociações entre o Irão e as potências mundiais sobre um possível acordo nuclear, que aumentará a produção e consequente oferta de petróleo.
Os futuros do petróleo Brent para agosto vieram a crescer continuamente, tendo alcançado valores de 72,17 dólares para um barril (dia 06 de junho) – o valor mais elevado desde maio de 2019.
De forma semelhante, os futuros do U.S. West Texas Intermediate Crude para julho atingiram os 70 dólares pela primeira vez desde outubro de 2018.
Contudo, os próprios futuros do petróleo Brent para agosto e do U.S. West Texas Intermediate – que registaram um crescimento notável na semana anterior – já sofreram uma queda de 0,4% e 0,3%, respetivamente, esta segunda-feira.
De acordo Avtar Sandu, Senior Commodities Manager na Philips Futures, em entrevista à Reuters, “os investidores poderão ter vendido alguns contratos, com vista a obter lucro quando o WTI atingiu os 70 dólares”.
Para além disso, tem havido uma grande incerteza com o possível “regresso dos barris iranianos aos mercados”, acrescentou.
Ambos os contratos futuros registaram um crescimento significativo nas últimas duas semanas. Entre as possíveis razões que justificam estes recentes comportamentos dos mercados está o aumento da procura por combustível para os transportes aéreos nos Estados Unidos da América e na Europa, em virtude do crescente levantamento das restrições às viagens de avião por parte dos governos no âmbito do combate à COVID-19.
De acordo com a Reuters, os analistas estimam que a procura global por petróleo exceda a sua oferta no segundo semestre de 2021, não obstante a redução gradual das restrições à produção impostas aos países da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Além disso, e como referido inicialmente, o Irão e as potências globais entram na quinta ronda de negociações já no próximo dia 10 de junho, em Viena, capital austríaca, no qual poderá estar em cima da mesa o levantamento das sanções económicas impostas pelos EUA às exportações de petróleo iraniano.
O próprio representante da União Europeia nas negociações, Enrique Mora, acredita que um acordo será celebrado nas negociações desta semana. No entanto, é também importante referir que as diplomacias das restantes potências envolvidas já vieram afirmar que o mais difícil estará por vir.
De acordo com a Reuters, os analistas esperam que o Irão aumentará a sua produção em 500 mil a 1 milhão de barris por dia, assim que as sanções forem suspensas.
Autor: Pedro Pereira da Silva