Inflação: o imposto escondido que diminui o nosso poder de compra

Nas últimas semanas muito se tem falado sobre as taxas de juro e o respectivo impacto na inflação, mas no fim de contas, o que é a inflação?

Em poucas palavras poderíamos dizer que a inflação se refere ao aumento sustentado do nível geral de preços numa economia, que por sua vez está inversamente relacionado com o poder de compra.

Para medir o nível geral de preços, os economistas usam vários índices de preços de maneira a que seja possível extrair uma “taxa de crescimento”. Na Europa, é comum usar-se o “Índice Médio Harmonizado”, calculado todos os meses pelo Eurostat. O referido índice calcula a taxa de inflação tendo em conta a variação do valor do preço total de um cabaz (conjunto de bens e serviços).

Imaginemos que, por exemplo, um cabaz de 50 maçãs e 50 peras custa 100 euros. Se um ano depois esse mesmo cabaz custa 102€, o aumento de 2€, corresponde a uma taxa de inflação de 2% (102/100-1). Ou seja, os 100€ que antes utilizava para comprar 100 peças de fruta, só lhe permitem comprar 98 peças de fruta (a um preço unitário de 1,02€), consequentemente diminuindo o seu poder de compra. 

A pergunta que fazemos é: como é que podemos combater este efeito nos mercados financeiros?

Uma conclusão óbvia é a seguinte: o nosso capital (dinheiro) inicial tem de crescer à taxa de inflação se queremos manter o nosso poder de compra, isto é, adquirir o mesmo número de peças de fruta sem colocar capital adicional.

Assim, a nossa taxa de retorno líquida deve ser no mínimo igual à taxa de inflação. Tendo em consideração que vários bancos centrais têm como objetivo uma taxa de inflação anual de 2%, esse deve ser o nosso objetivo mínimo.

Alguns dos melhores ativos para atingir este fim são:

  • o investimento em ações/ETFs – o S&P500, índice das 500 maiores empresas americanas, atingiu um retorno médio anual de 7% ajustado à inflação, isto é, excluindo o efeito positivo da inflação
  • TIPS (Treasury Inflation Protected Securities)/ ILBSs (Inflation Linked Bonds) – obrigações governamentais cujos pagamentos estão indexados à inflação, de modo a compensar os investidores.

Com estes dois ativos, podemo-nos proteger deste “imposto escondido”. E caso tenhamos um retorno superior aos 2% apontados pelos variados Bancos Centrais, conseguiremos aumentar o nosso poder de compra!

Autores: Afonso Teixeira Duarte & Pedro Barroso

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