Inflação no Reino Unido e Impacto nos mercados financeiros

Nos últimos meses tem-se observado um aumento da inflação no Reino Unido, uma vez que, o índice de preços no consumidor aumentou a uma taxa anual de 3,2% em agosto, sendo este um valor superior ao que economistas tinham previsto. De igual forma, o índice de preços de varejo, outro instrumento utilizado para medir a inflação, também registou um aumento de 4,8%.

Jorge Garayo, chefe do departamento de estratégias para inflação no Société Générale, referiu que uma manutenção de valores elevados de inflação poderá ter efeitos nas exigências salariais e, consequentemente, numa inflação de natureza mais permanente.

Os problemas económicos no Reino Unido têm sido impulsionados por uma crise de combustíveis que levou ao aumento do preço da energia, atingindo valores nunca antes vistos, e à redução da oferta de combustíveis.                                                          

A subida dos custos da energia amplificou o medo dos investidores, principalmente, no mercado obrigacionista onde se verificou uma maior volatilidade. Deste modo, as maiores oscilações observaram-se em títulos de dívida pública, cujos cupões se encontram relacionados com a inflação.

Em relação a Swaps de inflação, verificou-se que a taxa de swaps de inflação a um ano aumentou para 6,27% no início desta semana, obtendo o valor mais elevado desde 2005, e que a taxa de swaps de inflação a três anos também teve um crescimento, atingindo o valor de 5% em negociações intradiárias. Para além disto, também se verificou  um aumento repentino da procura de swaps, de modo a cobrir o risco de uma maior inflação.

No que diz respeito ao mercado obrigacionista, foi visível que o rendimento de obrigações americanas teve um maior aumento nos últimos dias, uma vez que, o rendimento associado a bilhetes de tesouro registou um aumento de 0,05 pontos percentuais neste mês, alcançando o valor de 1,57% nesta quinta-feira.

Face ao exposto, o Banco da Inglaterra referiu nas últimas semanas, que provavelmente irá proceder com um aumento do valor das taxas de juro. No entanto, alguns investidores esperam que o banco central aumente as taxas de juro mais cedo do que o previsto, de modo a colmatar a recente subida da inflação, tendo como objetivo uma taxa anual de 2%.

Assim, de forma a anteciparem-se, os investidores têm vendido títulos de dívida pública do Reino Unido, cujo rendimento de referência a dez anos aumentou para 1,153% na quarta-feira, atingindo o valor mais elevado desde maio de 2019.

 Autor: Mateus Stenio da Gama Fernandes

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