Inflação histórica em Portugal

Segundo dados divulgados pelo INE, a inflação em Portugal atingiu os 8,7% em junho, o maior nível desde 1992, depois de ter atingido os 8% em maio, agora a inflação subiu 0,7 pontos percentuais no último mês.

Os principais culpados deste acontecimento são os produtos energéticos, com uma variação de mais de 30% comparado ao período homólogo do ano passado, o valor mais alto desde agosto de 1984, antes da entrada do nosso país na União Europeia. Também os alimentos não transformados viram o seu preço aumentar em mais de 11%. No entanto, e tal como já tínhamos observados em outros países europeus, o índice de inflação subjacente, que desconta o efeito da variação nos preços dos produtos energéticos e alimentares, registou um valor de 6,0% o registo mais elevado desde maio de 1994, já depois de ter atingido os 5,6% no mês anterior.

A nível mensal, o IPC variou em 0,8%, depois de ter aumentado em 1% em maio, um sinal de que poderá nos indicar que a inflação poderá estar a estabilizar. No entanto, observando ao nível anual vemos que a variação média dos últimos 12 meses foi de 4,1%, depois dos 3,4% que foram registados em maio.

Observando agora o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, que é utilizado para a comparação entre os vários países da União Europeia pelo Eurostat, este atingiu um valor de 9% em junho, face aos 8,1% de maio.

Várias instituições financeiras têm revisto em alta as expectativas para a inflação em Portugal, o Banco de Portugal prevê 5,9% depois de ter previsto 4% anteriormente. Já a nível internacional a Comissão Europeia prevê 4,4% de inflação média, já a OCDE e o FMI apontam cenários mais graves, prevendo aumentos nos preços na ordem dos 6,3 e 6%, respetivamente.

Desde finais de 2021 e especialmente na primeira metade de 2022, a inflação tem voltado em força, atingindo bastante toda a Zona Euro, países como a Alemanha têm registado valores recorde desde o início da moeda única. A guerra na Ucrânia só agravou este fenómeno que já se fazia sentir por conta da pandemia de Covid-19. Teme-se que agora se junte uma estagnação económica à alta da inflação, provocando assim uma estagflação na Europa que poderá agravar a situação económica/financeira de muitos países, como são os casos de Portugal e da Grécia que têm dívidas públicas bastante elevadas.

Autor: Mário Costa

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