De acordo com um novo estudo feito a gestores de fundos e investidores, a inflação é agora uma maior ameaça para a economia do que a pandemia COVID-19. Esta é a primeira vez desde que a pandemia começou que os investidores têm feito mais referência a uma outra matéria diferente da COVID-19.
O estudo, levado a cabo pela BofA Securities em março deste ano, contou com 220 respostas de investidores e acionistas que, em conjunto, têm mais de 630 mil milhões de dólares em ativos. Menos de 15% das respostas apresenta a vacinação para a COVID-19 como o maior risco para os mercados financeiros.
Em março, a inflação (maior do que esperada), foi o risco mais referenciado entre os correspondentes, obtendo 37% das respostas. A previsão de uma maior inflação significaria um maior retorno de títulos obrigacionistas. Em 2013, estimulado pelas expectativas de aperto da política da Reserva Federal, aumentaria da mesma maneira as taxas de mercado.
Por outro lado, 93% dos correspondentes esperam uma aceleração da inflação no ano seguinte. Como tal, este sinal aponta para uma economia em recuperação para fora da recessão. 91% das respostas apontam para uma melhoria da economia.
Em contrapartida, um maior retorno de títulos obrigacionistas significaria um aumento das taxas de juro em empréstimos para empresas e consumidores. Isto poderia impedir a recuperação económica e diminuir os rendimentos das empresas. Ainda por mais, usando uma taxa de desconto maior para valorizar as ações produzirá um menor valor presente líquido.
Até agora, o aumento da taxa de retorno das obrigações ainda não afetou o bull market. A Dow Jones Industrial Average, S&P 500, e a Russell 2000 chegaram a níveis recordes aquando do fecho de mercado esta segunda-feira, dia 15, enquanto que a Nasdaq Composite retraiu para mais de metade dos seus 10% de correção no final de fevereiro.
Autor: David Graça | Fonte: Barron’s
