Rafael Schultze-Kraft, co-fundador da plataforma de análise de dados em blockchain Glassnode, afirmou, após a divulgação dos dados mais recentes sobre a inflação nos EUA (a maior desde a década de 1980), que a Bitcoin ($BTC-USD) se mostra cada vez mais uma importante ferramenta de proteção contra a inflação mundial. Isto visto que a inflação da moeda digital atingiu o valor de 1,7%, ou seja, cinco vezes menos que o dólar norte-americano, que por sua vez registou 7,9% na comparação anual.
O gráfico seguinte demonstra o índice de preço no consumidor (IPC) que provoca a inflação da moeda norte-americana e diminui o poder de compra da sua população.
Em comparação com o gráfico seguinte, que mostra a inflação da Bitcoin desde que surgiu em 2009, que vem a diminuir (linha laranja) e a aumentar o seu valor no mercado (linha cinzenta), que gera um maior poder de compra para os seus utilizadores.
A Inflação é um termo utilizado na área da Economia que representa um aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços num sistema económico, ou seja, as moedas fiduciárias. Estas são moedas do novo formato, após a quebra do acordo de Bretton Woods, onde definiu que as novas moedas não teriam mais lastro no ouro e sim na confiança ou reputação de cada país/governo, e esta inflação é o processo através do qual uma moeda como o Dólar ou o Euro perde valor ao longo do tempo.
A Bitcoin (e outras criptomoedas) foram idealizadas para registar taxas de inflação baixas e previsíveis. A principal razão a que possibilita a resistência destas moedas à inflação incide no facto de o seu fornecimento ser limitado e conhecido, onde sempre existirão apenas 21 milhões de Bitcoin, e a cada quatro anos, aproximadamente, esta quantidade minerada reduz para metade. Isto faz com que a criação de novos Bitcoin diminua ao longo do tempo de forma previsível.
Por que razão a inflação é importante para as criptomoedas sobreviverem no mercado?
Para responder a esta pergunta precisamos de entender que uma alta taxa de inflação para moedas fiduciárias pode levar as pessoas a investir mais em dinheiro digital porque o Dólar ou o Euro que colocaram numa conta poupança perdem valor a longo do tempo.
Nesta perspetiva, a Bitcoin e outras criptomoedas oferecem uma alternativa aos investidores. A economia de criptomoedas é complexa, mas a moeda digital tem determinadas funcionalidades que a podem ajudar a resistir à inflação, como por exemplo:
- Estas moedas não podem ser manipuladas pelos governos através do ajuste de taxas de juros ou da emissão de mais moedas para alcançar objetivos políticos.
- Para muitos teóricos/investidores é uma forma muito mais conveniente de armazenar e transmitir valor do que por exemplo o ouro, visto que pode ser simplesmente transferida pela internet. O ouro e outros ativos escassos, sendo a Bitcoin também escassa, consiste no facto de que nos períodos de incertezas nas grandes economias mundiais o preço desses ativos aumente.
As criptomoedas são afetadas pela inflação?
Sim, todas as moedas têm inflação, mas a taxa de inflação destas é muito menor. No caso da Bitcoin à medida que é minerado (como o ouro), a quantidade de novas moedas é automaticamente reduzida em 50% a cada quatro anos, aproximadamente, diminuindo a taxa de inflação desta. Do ponto de vista prático, desde que o poder de compra da Bitcoin continue a aumentar relativamente à moeda fiduciária com que se tende a comparar, a taxa anual de inflação da moeda será sempre menor.