Jeremy Siegel, professor de finanças na Universidade da Wharton School, na Pensilvânia, numa entrevista à CNBC, alerta que as políticas monetárias do FED e as crescentes pressões de preços podem trilhar um caminho para que os níveis de inflação aumentem 20% num período de dois a três anos. Porém, historicamente, investir em ações “mais do que compensa a inflação”.
O mercado tem sentido fortemente o nervosismo e medo dos investidores quanto à inflação, exemplo disso foi o abalo sentido no mercado na última semana. Siegel afirma que os investidores não terão muitas alternativas de investimento a não ser em ações ou em outros ativos que tradicionalmente refletem as pressões sobre os preços, isto porque os títulos do governo apresentam retornos esperados reais negativos, ou ajustados à inflação.
“A história diz que as ações mais do que compensam a inflação e existem muitas ações que pagam dividendos de 2%, 3%, 4%, 5%. Então, por que escolher uma renda fixa? A lacuna é enorme. E isso é o que eu acho que vai continuar a direcionar o dinheiro para o mercado, apesar dos rumores de que o Fed vai apertar no futuro.” – Jeremy Siegel, Wharton School.
Segundo Siegel, com a reabertura da economia de uma forma mais generalizada e com a acentuada oferta de moeda, a subida dos preços (inflação) é um destino certo. Desta forma, o professor universitário, revela bastantes preocupações relativamente às políticas monetárias seguidas, uma vez que os estímulos monetários e fiscais agressivos só conduziram à inflação.
Siegel caracteriza Jerome Powell como o presidente do FED “mais dócil” da história, já que insiste em manter um conjunto de políticas demasiado simplistas à medida que as pressões inflacionistas já são sentidas no mercado.
As autoridades do Fed renovaram na semana passada a sua expectativa de que a inflação aumentará nos próximos meses devido ao aumento da procura por bens e serviços e uma diminuição da oferta, mas que será apenas temporária e que, portanto, diminuirá no longo prazo. Powell e outros formuladores de políticas afirmam que, ainda é muito cedo para pensar em extinguir os apoios monetários, primeiro será necessário que o mercado de trabalho recupere totalmente dos efeitos nefastos da pandemia.
Autor: Fábio Lopes