Indicadores que podem impulsionar aumentos nos mercados em abril

Após um fecho de primeiro trimestre e início de segundo em alta com aumentos, espera-se que o mês de abril seja um período de expansão para os mercados.

 A próxima semana deverá ser bastante moderada, com as previsão dos mercados relativamente aos lucros do primeiro trimestre, a preencherem os calendários. O mercado aguarda, ainda, a divulgação, durante a próxima semana, do índice de preços ao produtor (que funciona como um indicador de inflação, que mede a variação nos preços médios recebidos pelos produtores nacionais), dos dados e indicadores do Institute for Supply Management e dos resultados das reuniões da Reserva Federal. Todos estes dados devem complementar os resultados positivos do já conhecido relatório de empregos.

O Institute for Supply Management (ISM) irá divulgar, na próxima segunda-feira, o índice do setor dos serviços, que permite perceber as tendências no setor de serviços, e assim, fornecer uma medida útil da atividade futura. Este índice é bastante aguardado pelo mercado, já que o índice da manufatura do ISM atingiu o seu nível mais elevado desde 1983.

Em dados já divulgados, durante o mês de março, sabe-se que o emprego nos EUA apresentou uma evolução positiva, verificando-se um recuo da taxa de desemprego para os 6%. Segundo os dados divulgados pelo Departamento das Estatísticas do Trabalho dos EUA, foram criados 916.000 postos de trabalhos em março, registando um aumento superior aos 675.000 esperados pelos economistas.

Em relação aos economistas, estes esperam um segundo semestre com forte crescimento, devido à reabertura da economia, aos estímulos para a procura e aos indicadores económicos positivos. Ainda assim, a incerteza reside no comportamento das taxas de juro, já que o seu rápido crescimento é prejudicial, tendo apresentado, recentemente, uma correlação negativa com as ações dos índices tecnológicos.

De acordo com a Refinitiv, os lucros do primeiro trimestre devem crescer 24,2% relativamente ao período homólogo. Ainda assim, este trimestre será o primeiro a apresentar resultados relativos ao período de pandemia. Contudo espera-se que este período de divulgação de lucros seja favorável para muitas empresas, e, portanto, que permita revisões positivas em relação ao seu futuro.

Para além da recuperação esperada nos lucros, abril é historicamente um mês de alta no mercado de ações. Por isso, alguns estrategistas esperam que abril seja um período de forte crescimento.

Tom Lee, sócio-gerente da Fundstrat, usa o declínio do VIX, o índice de volatilidade da Chicago Board Options Exchange (calculado com base nas opções de venda e nas opções de compra do S&P 500), para níveis pré-pandémicos, como sendo um indicador positivo e construtivo para o mercado de ações. Ainda segundo o mesmo, quando o mercado fecha em alta no último dia do primeiro trimestre e no primeiro dia do segundo trimestre, poderá prever-se um desempenho bastante positivo, até mesmo acima do normal, durante o mês de abril. “O resultado é que este é um ambiente positivo com um bom risco / recompensa para as ações. Isto mantém-nos construtivos”, escreveu o mesmo.

O Federal Reserve divulgará quarta-feira os resultados da sua última reunião, que serviram como indicadores da evolução da inflação, tendo em consideração todos os estímulos económicos que possam conduzir a tendências inflacionistas. Este é um tema que gera alguma preocupação nos investidores na atualidade, já que se verifica uma subida dos preços dos combustíveis e de outras commodities. Jerome Powell, presidente da Fed, olha para as pressões inflacionárias como transitórias. Ainda assim, os mercados estão preocupados que daí possam resultar problemas maiores. Contudo, a inflação está, atualmente, bem abaixo da meta de 2% da Fed, pelo que ainda não há razões para alarme.

Autor: Fábio Lopes

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