Green bonds, ou obrigações verdes, são um tipo de investimento de dívida que se está a tornar bastante popular. Na verdade, no ano de 2021 o mercado destes instrumentos está previsto chegar ao 1 bilião. Não são apenas países e blocos de países a investirem nelas (como a China, a UE, Rússia, os EUA), mas também empresas, como a Pepsi ($PEP) e a Apple ($AAPL).
Mas o que são exatamente, e porque são diferentes das obrigações tradicionais?
O que são?
Obrigações tradicionais funcionam de forma semelhante a um empréstimo. Uma entidade emite dívida para poder financiar a sua atividade, que pode ser comprada por investidores recebendo em troca juros (cupões), após o término da obrigação os investidores recebem ainda o valor nominal.
Já as obrigações verdes têm por objetivo financiar projetos de sustentabilidade ambiental, ou inclusão social. As entidades emissoras comprometem-se então a usar os fundos para este tipo de projetos. Sendo a taxa de juro associada à taxa de sucesso de implementação do projeto.
Que tipos existem?
Obrigações sustainable podem ser divididas em três grupos: obrigações sociais, verdes e sustentáveis (sustainability).
As obrigações sociais focam-se em problemas sociais tais como: acesso à educação e acesso a alojamento a preços acessíveis. Já as obrigações verdes estão relacionadas com o ambiente, por isso podem estar associadas a projetos de energia renovável. As obrigações sustentáveis combinam estes dois tipos ao financiarem projetos que tenham impacto social e ambiental.
Na realidade, as obrigações verdes são as mais populares, tendo em 2021 correspondido a 58% das emissões totais deste tipo de obrigações. Em segundo lugar, encontram-se as obrigações sociais com 23% das emissões no ano em vigor.
Qual o seu impacto?
Desde a primeira obrigação social no Reino Unido em 2010, este tipo de investimento tem vindo a crescer em popularidade. Os Estados Unidos são o país onde estas obrigações são mais usadas, mas muitos outros países tais como a França e o Japão também as têm adotado.
Estas obrigações têm um impacto direto na sociedade. Um exemplo é a Quality India Development Impact Bond que financiou a organização Indian NGO Educate Girls e permitiu que mais de 13 mil crianças tivessem acesso à educação por todo o mundo.
O lado menos positivo…
Sendo ainda um instrumento recente, existe bastante espaço para as empresas usarem o financiamento para outro tipo de projetos sem incorrerem em problemas com a justiça.
Para além disso, ainda não existe regulação para o caso de a entidade emissora não cumprir as suas obrigações de pagamento.
O futuro
A maioria dos analistas acredita que no futuro haverá mais regulação para estes instrumentos e que a sua emissão crescerá significativamente. Pensa-se ainda que aparecerão outros tipos, tais como obrigações azuis (relacionadas com problemas ambientais dos oceanos e mares), ou obrigações de género (que terão como finalidade reduzir a desigualdade entre os sexos).
As obrigações verdes serão bastante importantes futuramente para estes projetos e para os mercados financeiros.
Autora: Ana Margarida Costa