“Governos devem proibir a Bitcoin” defende fundador do maior hedge fund

Bitcoin e mais bitcoin… Não se fala de outra coisa, escusado será dizer que esta criptomoeda é, hoje em dia, um ativo altamente sensacionalista e as razões para este fenómeno resumem-se de forma rápida e são, de certo modo, evidentes para os mais atentos: falta de monitorização e de mecanismos de restrição financeira para que hajam limites às transações destes ativos.

É incontestável toda a fama e prosperidade que a bitcoin tem vindo a alcançar ultimamente. Os valores alcançados pela mesma falam por si, 60.000 dólares é mais ou menos o valor de uma bitcoin hoje e, segundo os especialistas, os números prometem não ficar por aqui, podendo mesmo alcançar os 100.000 dólares ainda no presente ano 2021.

Se por um lado temos centenas de milhares de investidores a tirar partido deste “quase” mercado livre para enriquecimento, temos em sentido inverso quem condene toda esta liberdade que é concedida à Bitcoin e a quem a negoceia atualmente. 

O seu nome é Ray Dalio e é, nada mais nada menos que o fundador daquele que é o maior Hedge Fund do mundo. Um hedge fund é, como o próprio nome indica, uma estrutura que promove, alimenta e gere fundos de investimento e, como poderão calcular, para que alguém consiga estar inserido neste tipo de organizações necessita, naturalmente, de um status especial e de deter um capital próprio considerável. 

Como já vimos em cima, os governos são parte integrante daquela que deve ser a responsabilidade por garantir a estabilidade económico-financeira de qualquer país. É precisamente por esta razão que Ray encara a proibição da Bitcoin por mão dos governos algo extremamente positivo. Com a intervenção dos governos, espera-se que a Bitcoin não verifique, num futuro próximo, desequilíbrios e procuras exageradas semelhantes às que ocorreram nos passados 30 anos com o ouro:

“Portanto, acho que seria muito provável que, num determinado conjunto de circunstâncias, os governos tornassem a Bitcoin ilegal da mesma forma que o ouro foi banido”, afirmou Ray Dalio.

Este é um receio que Ray diz sentir, pelo simples facto de neste momento a Bitcoin se encontrar altamente valorizada. Realidade esta, que poderá acentuar as dificuldades para que outros ativos financeiros como é o caso do dinheiro dito normal, se continuarem a impor no mercado e manterem a sua valorização.

Esta perspetiva de banir a Bitcoin é algo que os governos devem encarar como um método de proteção das económicas, visto que todos os países desejam ter total controlo sobre a questão da oferta e da procura. Não é de todo saudável para nenhuma economia a existência de ativos com a volatilidade da Bitcoin e que geram riqueza de forma rápida e espontânea, desvalorizando assim outras possibilidades de investimento. 

Poderá dizer-se que a Bitcoin tem potencial para ser uma reserva como é o ouro? 

Sim, isso creio ser algo que todos devemos ter noção, até porque esta situação pandémica , é propícia ao crescimentos das criptomoedas por estarem inseridas num meio totalmente virtual e que, de dia para dia, se torna cada vez mais essencial na vida das sociedades, mas para isso é necessário que se desenvolvam sistemas, devidamente pensados, de controlo para as criptomoedas. 

É justamente por nos encontrarmos numa época que oportuniza o crescimento destes ativos que James Ledbetter, editor do boletim informativo da fintech FIN e contribuidor da CNBC, nas suas declarações à CNBC Make it, discorda com Dalio, afirmando que a proibição da Bitcoin por parte dos governos é, no seu ponto de vista, uma missão irreal pois, apesar de haver a intenção de conseguir regular a criptomoeda, continua a ser tecnologicamente impossível proibir por completo a Bitcoin.

Autor: André Moreira | Fonte