A Goldman Sachs Group Inc ($GS) relatou, na sexta-feira passada, um aumento de 66% nos lucros do terceiro trimestre que esmagou as expectativas, uma vez que o maior banco de investimento de Wall Street tem vindo a viver uma onda recorde de fusões, aquisições e de ofertas públicas iniciais.
As receitas subiram 26% para 13,61 mil milhões de dólares e as ações, do banco sediado em Nova Iorque, experienciaram, também, um aumento de 2,4%, na sexta-feira, guiadas pelos fortes resultados.
Este grupo financeiro saiu com ganhos trimestrais de 14,93 dólares por ação, partindo de 8,98 dólares no mesmo semestre do ano anterior e superando a estimativa consensual do Zacks de 9,78 dólares por ação. Este relatório trimestral representa uma surpresa de 52,66%, em relação às estimativas. Para além do mais, supera também a estimativa da Refinitiv, de 10,18 dólares.
A Zacks Investment Research e a Refinitiv são as duas firmas mais conhecidas a elaborar estimativas de ganhos por consenso. Este cálculo estatístico permite combinar e agregar opiniões de milhares de analistas, identificando assim o consenso de especialistas sobre o resultado potencial de certas ações.
Vamos então olhar para debaixo do capô e perceber o que, por segmento, se passou:
A divisão de Investment Banking (IB) gerou receitas de 3,7 mil milhões de dólares no trimestre reportado, mais 88% de ano para ano. Os resultados refletem receitas líquidas recordes em consultoria financeira, bem como no domínio das atividades de subscrição. A Goldman ocupava, de modo confortável, a primeira posição como o banco líder mundial em assessoria em M&A, de acordo com os dados da Refinitiv.
Relativamente a Global Markets (GM) foram registadas receitas de 5,61 mil milhões de dólares, um aumento de 23% de ano para ano. O acréscimo indicou receitas líquidas estáveis em FICC e ainda um incremento das receitas de equities (+ 51%) devido a maiores receitas de intermediação e financiamento de ações.
As receitas de Consumer and Wealth Management (CWM) foram de 2,02 mil milhões de dólares e 35% superiores ao valor reportado no mesmo período do ano anterior. O aumento das receitas da gestão do património (mais 40%) e da banca de consumo (mais 17%) foram preponderantes no resultado.
Por fim, a divisão de Asset Management (AM) registou receitas de 2,28 mil milhões de dólares, indicando um declínio de 18% em relação ao ano anterior. O lado negativo adveio, nomeadamente, de menores receitas líquidas em equity e debt investments.
“A Goldman Sachs simplesmente esmagou os ganhos do terceiro trimestre”, disse David Donovan, vice-presidente executivo dos serviços financeiros da Publicis Sapient. Ao todo, o banco de investimento da Goldman ostentou o seu segundo melhor trimestre de sempre, com receitas totais de 3,70 mil milhões de dólares, e os executivos disseram esperar que estas continuem fortes.
“Continuo otimista no que se refere a (oportunidades)”, sublinhou o diretor executivo da Goldman Sachs, David Solomon, numa chamada com analistas: “Os níveis de atividade continuam elevados, particularmente na banca de investimento”.
A Morgan Stanley ($MS) disse, na quinta-feira, que os seus lucros do terceiro trimestre aumentaram 38%, enquanto o JPMorgan Chase & Co ($JPM) reportou um aumento de 24%. O Citigroup Inc. ($C) e o Bank of America Corp ($BAC), que também foram impulsionados pela atividade na banca de investimento, aumentaram os lucros em 48% e 64%, respetivamente. Todos os bancos bateram com facilidade as estimativas.
“Claramente, o lado positivo foi antecipado em função dos resultados dos nossos pares, mas não tanto assim”, escreveu a analista do Credit Suisse ($CS), Susan Roth Katzke, relativamente aos resultados da Goldman Sachs, numa nota aos investidores na sexta-feira: “A batida foi de base ampla”.
Concluindo, os resultados da Goldman destacam outro trimestre impressionante. O negócio bem diversificado da empresa, para além das suas operações centrais de IB, continuam a assegurar a estabilidade e a preponderância deste gigante da banca.
Autor: Diogo Chaves
