Finanças Comportamentais: Os enviesamentos afetam as suas decisões financeiras

No primeiro artigo sobre as finanças comportamentais, introduzi a área com a finalidade de fazê-lo perceber qual é o seu foco de estudo e o potencial de crescimento da sua importância quando em contraste com o paradigma atual, que tem um foco maior nas finanças tradicionais. Portanto, é importante que leia atentamente o primeiro desta série de artigos sobre as finanças comportamentais.

Resumidamente, as finanças comportamentais estudam como, sistematicamente, as decisões e comportamentos dos agentes económicos se desviam do que é expectável, de acordo com as finanças tradicionais. Para além disso, estuda as consequências da presença destes agentes económicos, que não são completamente racionais, no funcionamento dos mercados financeiros.

Os enviesamentos do ser humano

Tal como descrito no primeiro artigo, este desvio, do que se pode considerar expectável de um ser humano racional, ocorre devido a erros na nossa intuição que, por sua vez, são causados por enviesamentos psicológicos e emocionais dos quais, sem exceção, todos os seres humanos sofrem, e que são resultado das naturais limitações cognitivas das pessoas (por exemplo, em termos de cálculo e memória) e da influência que exercem as emoções.

Desta forma, por mais educação, formação e experiência que tenha, ou que até seja um especialista na área, irá sofrer sempre destes enviesamentos. No entanto, a parte positiva é que, apesar de não poder eliminá-los, é possível mitigá-los.

É por isso que, para ser um investidor de sucesso e potenciar ao máximo os seus retornos, é importante estar ciente dos enviesamentos que o podem levar a más decisões financeiras. Desta forma, sem mais demoras, passo ao que lhe interessa: quais são os enviesamentos psicológicos e emocionais e como estes afetam as suas decisões financeiras, e, consequentemente, os retornos dos seus investimentos.

1. Excesso de confiança

O ser humano tende a manifestar um excesso de confiança ou um excesso de otimismo quanto ao seu conhecimento e às suas capacidades. Traduzindo para o mundo financeiro, este enviesamento tem vários efeitos nos investidores. 

Primeiro, e mais importante, leva-os a acreditar que transacionam melhor no mercado do que outros investidores. Consequentemente, as pessoas com mais confiança em si mesmas transacionam mais frequentemente, o que significa que, no final, suportam mais custos de transação e veem parte dos seus retornos “engolidos” por estes custos.

Desta forma, é possível que, comparativamente a investidores menos confiantes, tenham uma pior performance. De facto, existem estudos empíricos que comprovam que os homens são mais confiantes do que as mulheres e, por consequência, tendem a produzir piores resultados financeiros.

Segundo, os investidores mais confiantes tendem a acreditar que têm uma vantagem, em relação aos outros, em termos de informação. Assim, acreditam que a informação “privada” que conseguem reunir é, de alguma forma, melhor do que a informação que está disponível publicamente.

É por esta mesma razão que um investidor muitas vezes ignora outras informações que contradizem as suas próprias expectativas e, por isto, gasta demasiado tempo e dinheiro à procura de informações financeiras específicas.

Terceiro, o excesso de confiança induz os investidores a construírem portfólios pouco diversificados e a transacionarem ativos de maior risco. 

De facto, enquanto ter confiança em si mesmo pode ser uma boa característica, o excesso de confiança pode levá-lo por maus caminhos.

2. Representatividade

É um enviesamento que induz as pessoas a avaliarem a probabilidade de um certo evento considerando o grau de semelhança desse mesmo evento com a informação e dados que têm disponíveis, e manifesta-se sobretudo pela necessidade de categorizar as características desse evento. 

Provavelmente, no seu dia-a-dia, já reparou que tende a associar um homem com um fato a um homem de negócios, uma rapariga alta, loira e de olhos azuis à nacionalidade alemã ou aos países nórdicos, ou, como já referido no primeiro artigo, um rapaz alto e atlético a um jogador de basquetebol. Estas associações são, simplesmente, o resultado de um enviesamento psicológico do ser humano. Para nós, é mais fácil organizar e processar informação se tudo estiver no seu respetivo lugar.

Nas suas decisões financeiras, a representatividade é responsável por fazê-lo extrapolar tendências de preços (quando elas não existem) e, juntamente com o excesso de confiança e semelhante comportamento dos outros investidores, poderá criar uma bolha especulativa.

Desta forma, quando compra uma ação e, posteriormente, vê o preço desta aumentar, tende a sentir que “foi uma boa compra” e que o mais razoável a fazer será comprar ainda mais. Aumentos adicionais do preço irão reforçar a confirmação da sua opinião, levando-o a extrapolar, incorretamente, uma tendência crescente e reforçar a sua posição. Em última instância, este comportamento poderá levar à rápida inflação dos preços.

Igualmente importante, é o efeito da representatividade na sua tendência para associar empresas sólidas a bons investimentos, e também na sua perceção quanto à relação entre o risco e o retorno. A intuição dos indíviduos é a de associar retornos mais altos a empresas que estão bem estabelecidas no mercado, ou seja, empresas de baixo risco e, portanto, a perceção é de uma correlação negativa entre o risco e o retorno. No entanto, a sua correlação é positiva.

3. Ancoragem

Inicialmente, quando alguém pretende estimar um certo valor ou probabilidade, há uma tendência para atribuir demasiada importância a uma determinada informação e/ou valor inicial, a designada “âncora”. 

Após considerar este primeiro ponto de referência, o indivíduo vai ajustando sucessivamente as suas expectativas de acordo com a informação adicional. No entanto, estes ajustamentos acabam por ser insuficientes e, por isso, no final, a estimativa encontra-se demasiado enviesada em direção às expectativas iniciais. 

Por exemplo, se vir numa loja duas camisolas à venda, uma por 1000 euros e a outra por 100 euros, a sua tendência será dizer que a segunda é barata. No entanto, se não tivesse visto a primeira camisola, consideraria a segunda também cara.

Outro exemplo (este mais relacionado com o mundo financeiro) é: se eu lhe perguntar qual é a sua estimativa para o preço das ações da Microsoft ($MSFT) daqui a 6 meses, provavelmente o seu primeiro instinto é pensar qual é o seu preço neste momento, e só depois estimar baseado nesse valor. 

Desta forma, a consequência deste enviesamento nas suas decisões financeiras é o insuficiente ajustamento das expectativas quando estima a evolução do mercado. Assim, na sua reflexão, tende a pesar demasiado as condições e informações atuais do mercado (como o preço), em prol de informações que possam contrariar a sua “âncora” (e, portanto, são informações que são ignoradas).

Para além do preço atual, as pessoas usam como âncora as opiniões de analistas financeiros, o 52-week high e números redondos, como o número 20.000 ou o número 30.000).

4. Disponibilidade

Nem todas as nossas memórias, aprendizagens, momentos e experiências vividas estão de igual modo disponíveis no nosso cérebro. Creio que o leitor concorda comigo quando digo que nos recordamos pouco dos tempos da escola primária, mas lembramo-nos bem do que jantamos ontem à noite. Ou, então, quando digo que nunca esqueceremos que Portugal foi campeão no europeu de 2016, mas esquecemo-nos de quem foram os vencedores em edições anteriores.

Isto é, simplesmente, a manifestação do efeito de um enviesamento psicológico que nos leva a atribuir maior importância às informações que estão mais acessíveis em termos cognitivos, ou seja, aquelas que conseguimos mais facilmente e rapidamente recordar.

As informações mais fáceis de recordar são aquelas que são mais recentes, mais salientes (por exemplo, se for notícia do telejornal), mais chocantes e/ou com que nos conectamos emocionalmente. Desta forma, se o leitor já foi assaltado ou passou por uma experiência violenta em Portugal, terá, certamente, a tendência para estimar em excesso a probabilidade de ser assaltado neste país e, também, achará o país menos seguro do que realmente é (apesar de Portugal ser um dos países mais seguros do mundo).

Em termos de decisões financeiras, o ser humano tende a investir em empresas cujo nome é mais fácil de processar e recordar e que seguem as suas experiências de vida, isto é, empresas que estão inseridas no setor em que trabalha ou empresas com sede na zona onde vive. 

Para além disso, é atribuído um peso excessivo a recomendações de analistas financeiros, sugestões de amigos ou informações do telejornal. Sobre este último, há estudos que mostram que os investidores tendem a comprar ações no mesmo dia em que há alguma notícia sobre as mesmas. 

Por fim, os preços mais recentes são mais relevantes do que os preços mais antigos, o que leva o ser humano a extrapolar, em excesso, tendências de preços.

5. Auto-atribuição

Naturalmente, as pessoas atribuem as conquistas e sucessos da sua vida ao seu próprio mérito, talento e esforço enquanto que, aos insucessos, é-lhes atribuído um fator externo como, por exemplo, o azar. 

Por exemplo, quando temos um 20 num teste, dizemos que foi o resultado de horas a fio a estudar. No entanto, na situação contrária, em que temos uma nota menos favorável, dizemos que a culpa foi do professor porque o teste era demasiado difícil.

Deixando o mundo académico e voltando ao financeiro, a auto-atribuição provoca que os investidores transacionem excessivamente no mercado e que não aprendam com os erros, tomando, por vezes, posições de elevado risco. 

6. Retrospetiva

Quando determinado evento ocorre, o ser humano tende a acreditar, posteriormente, que esse evento era bastante previsível no passado. Desta forma, antes de ter acontecido, já era de esperar que esse evento ocorresse.

Para clarificar, um exemplo deste enviesamento seria eu, neste momento, dizer que já sabia que, após a Bitcoin ($BTC) ter atingido o preço de 63 mil dólares, a criptomoeda ia entrar em queda. É evidente que esta afirmação é falsa, todos sabemos que é muito difícil prever um mercado, ainda para mais um mercado tão volátil como o das criptomoedas.

O surgimento deste enviesamento advém do simples facto de que, após o evento já ter ocorrido, as pessoas não conseguem imaginar um outro cenário onde não possuiriam a informação que atualmente já possuem.  

Portanto, este enviesamento em particular pode ser muito perigoso para as suas decisões financeiras. De facto, se acredita que conseguiu prever o passado melhor do que o fez, então, pela lógica, acredita também que consegue prever o futuro melhor do que realmente o irá fazer. 

Consequentemente, tal como a auto-atribuição, este enviesamento prejudica a aprendizagem dos investidores nos mercados financeiros e leva o investidor a tomar posições de elevado risco. Para além disso, leva os investidores a pensar que conseguem tomar melhores decisões do que analistas financeiros e gestores de fundos, quando estes falham nas suas previsões.

Assim, de nada servirá acreditar que conseguiu prever acontecimentos passados e que tem o poder para fazê-lo no futuro. A sua única utilidade é a de argumentar numa mera discussão entre amigos.

7. Contabilidade mental

Este enviesamento é mais um argumento que vai totalmente contra o que é expectável pelas finanças tradicionais. De acordo com a teoria moderna do portfólio, desenvolvida por Markowitz, as pessoas deveriam gerir a sua carteira como um todo, ou seja, gerir os seus ativos conjuntamente. 

No entanto, na realidade, isto não é o que acontece. De facto, existe uma tendência do ser humano para organizar e categorizar factos e eventos, e avaliar os resultados económicos em várias “contas mentais”, que são geridas de forma isolada.

Portanto, estas “contas mentais” são naturalmente divididas em dois grandes grupos:

  1. os ativos em relação aos quais os investidores são avessos ao risco;
  2. os ativos em relação aos quais os investidores são propensos ao risco;

Esta divisão é completamente lógica e faz bastante sentido se pensarmos em certos casos que ocorrem na realidade. De facto, estamos muito mais propensos a apostar dinheiro que ganhamos num jogo entre amigos ou que achámos no chão da rua, mas protegemos o dinheiro que advém do nosso salário, pois este último foi recebido devido ao nosso esforço e suor. 

Outro exemplo é o do uso do cartão de crédito ou do dinheiro da conta poupança. Qual está mais disposto a utilizar para comprar a última versão do iPhone? Claro que a sua resposta tenderá para a primeira opção. Mas, repare, em termos económicos, é o mesmo.

Profissionalmente, também é este tipo de enviesamento que leva as instituições financeiras a separar as contas que gerem ações e obrigações das contas de investimento no mercado cambial.

Outros efeitos deste enviesamento nas suas decisões financeiras são a inadequada diversificação do risco – já que não observa o seu portfólio como um todo e, consequentemente, não tem uma perspetiva das correlações entre os ativos. As pessoas ficam relutantes em fechar posições que estão em perda desde que estas pertençam à mesma conta mental e, por fim, as pessoas desvalorizam os ganhos e as perdas até as mais ou menos-valias serem realizadas. 

8. Aversão ao arrependimento

Creio que o leitor concorda comigo quando digo que o arrependimento é uma dor emocional muito forte, e que está associada ao sentimento de querer voltar atrás no tempo para não tomar determinada decisão. De facto, o ser humano tenta sempre tomar decisões de forma a evitar esta dor, que está associada a resultados desfavoráveis na nossa vida.

Este enviesamento é responsável pelo chamado comportamento de manada ou, em inglês, herding behaviour, efeito que nos faz imitar o comportamento dos outros seres humanos. Isto porque, quando cometemos o mesmo erro que outras pessoas, a dor do arrependimento já não é tão intensa. É claro que não vou sentir tanto arrependimento se outras pessoas pensaram e agiram da mesma forma, então, é melhor para mim simplesmente seguir as ações dos outros.

Para além disso, é responsável pelo “efeito de disposição”, onde nos sentimos relutantes em vender uma ação em queda para não admitirmos termos cometido um erro (para, no fundo, não sentirmos arrependimento). 

9. Dissonância cognitiva

A dissonância cognitiva é responsável pelo nosso cérebro, por vezes, entrar em conflito. Este enviesamento acontece devido a, simultaneamente, termos ideias contraditórias na nossa cabeça.

Mais explicitamente, este fenómeno ocorre quando temos ideias pré-existentes (que foram formuladas por informações passadas e pelas experiências da nossa vida) e recebemos algum tipo de nova informação que vai contra o que tínhamos pré-estabelecido. Claramente, as duas informações vão chocar e criar uma certa tensão em nós.

Deste conflito, duas vias podem ser tomadas pelo indivíduo no processo de decisão:

  1. pode haver uma tendência para processar apenas a informação que corrobora o ponto de vista que, de agora em diante, irá ser defendido pelo indivíduo, ignorando tudo o resto;
  2. podem ser tomadas certas ações que permitem ao indivíduo continuar a seguir o seu ponto de vista inicial, ainda que este possa estar errado;

A consequência mais direta deste enviesamento é o já referido “efeito de disposição”.

10. Conservadorismo

É um processo mental, no qual as pessoas tendem a agarrar-se à informação que possuem, à sua opinião e expectativas, atribuindo-lhes uma excessiva importância, à custa de nova informação, que também deveria ser incorporada.

Assim, os seres humanos falham em analisar novas informações, fazendo-o de forma demasiado lenta e incompleta. A consequência direta disto é a lenta reação nos preços à nova informação.

Nas suas finanças pessoais, o conservadorismo pode levá-lo a ser demasiado relutante e a tardar em reequilibrar o seu portfólio face a novas circunstâncias ou nova informação, e, tal como outros enviesamentos referidos anteriormente, pode levá-lo a ter uma certa inércia na realização de menos-valias.

11. Confirmação

Este enviesamento já foi propriamente introduzido no primeiro artigo, onde demonstrei como o famoso jogo das quatro cartas nos leva a tomar decisões erradas. 

Resumidamente, o enviesamento da confirmação é a tendência do ser humano para pesquisar, interpretar e/ou selecionar da sua memória apenas aquelas informações que o permitem confirmar as suas crenças anteriores, ao mesmo tempo que ignoram aquelas que as contradizem.

No entanto, é óbvio que, em termos de decisões sobre investimentos, olhar apenas para as informações que são do seu interesse, é recusar-se a ter uma visão do mercado em geral e acaba por tornar a sua opinião enviesada. E, evidentemente, isso é uma ameaça ao seu dinheiro e leva-o a tomar decisões erradas.

12. Familiarity e Home bias

Estes dois enviesamentos estão inteiramente relacionados com a célebre frase de motivação “tens de sair da tua zona de conforto”. De facto, estes dois enviesamentos são como entrar numa festa e fechar-se no seu círculo de amigos, ao invés de conhecer outras pessoas. Simplesmente, é mais reconfortante.

Passo a explicar melhor o que quero deixar claro com estas analogias. Em termos financeiros, o familiarity bias é a tendência das pessoas exibirem uma preferência por investimentos em ativos que lhes são mais familiares.

Por consequência, o home bias exibe-se pela preferência que os investidores têm por empresas que estão correlacionadas com a sua nacionalidade, como, por exemplo, empresas cotadas na bolsa ou sediadas no seu país e que têm uma cultura similar à do investidor.

Um estudo feito no mercado finlandês mostrou que os finlandeses são mais propensos a investir em empresas finlandesas cujo CEO partilha da mesma cultura, cujos relatórios de contas estão escritos na língua materna, e que estejam próximas geograficamente.

Os efeitos imediatos destes dois enviesamentos são o investimento em excesso em ativos que são familiares, o que, em última instância, produz uma insuficiente diversificação do portfólio, seja em termos de classes de ativos, localização geográfica, diversidade de culturas ou de mercados financeiros.

Conclusão

Até à data, diria que estes enviesamentos psicológicos e emocionais que apresentei ao longo deste artigo são os principais e mais relevantes para as suas decisões financeiras. É certo que muitos outros ainda serão descobertos, dado o recente desenvolvimento desta nova área das finanças comportamentais e os valiosos conhecimentos da área da psicologia. 

É desta forma que se sobressai a importância do desenvolvimento desta nova área, ao demonstrar-nos como os fatores da natureza do ser humano afetam as nossas decisões financeiras e, por consequência, permitem-nos questionar a eficiência dos mercados financeiros. Mas este é um assunto que ficará para um artigo mais em diante.

Provavelmente, a este ponto final do artigo, o leitor pode estar a sentir-se espantado e, de alguma forma, desanimado por se ter identificado com alguns dos comportamentos descritos acima. No entanto, não se preocupe porque, no final de contas, todos sofremos do mesmos sintomas.

Além disso, tenho boas notícias para si. No próximo artigo desta série, falarei dos comportamentos e técnicas que poderá começar a adotar para, como já referido no primeiro artigo, não eliminar completamente estes enviesamentos mas, pelo menos, atenuá-los e, assim, ajudá-lo nos seus investimentos.

Se quer aprender a lidar com o potencial enviesamento nas suas decisões financeiras e garantir que está no caminho certo, então agende a sua sessão de mentoria com o nosso especialista, carregando na imagem abaixo:

mentoria-financeira
Agenda a tua sessão de mentoria financeira, carregando na imagem.

DEIXA UM COMENTÁRIO

Por favor, envie o comentário!
Por favor, escreva o seu nome aqui

spot_imgspot_img

Últimas notícias

Receba o ebook "Os primeiros investimentos" GRATUITAMENTE

Basta carregar no botão abaixo

Artigos Relacionados

spot_imgspot_img