Com a morte em outubro do ano passado de Lee Kun-Hee, presidente do conselho de administração da Samsung, a família Lee, que inclui a sua esposa e os seus três filhos, espera pagar mais de 10,8 mil milhões de dólares em impostos relacionados com a herança, disse a Samsung na quarta-feira (28). Esta é a maior quantia de todos os tempos na Coreia do Sul e mais do triplo da receita tributária do país no ano passado. A família planeia dividir o pagamento em seis prestações ao longo de cinco anos.
Para tentar suavizar o pagamento, a família irá distribuir a vasta coleção de obras de arte do falecido presidente, pois assim já não será obrigada a pagar impostos sobre estas. Os familiares de Kun-Hee estão a planear doar 23 mil peças da coleção pessoal do mesmo a dois museus estatais. Nesta coleção encontram-se pinturas antigas coreanas e outros bens culturais. A coleção também conta com quadros de pintores coreanos modernos, bem como de Chagall, Picasso, Gauguin, Monet, Miró e Dalí. A família de Lee também vai doar 900 milhões de dólares para ajudar a financiar a pesquisa de doenças infeciosas e o tratamento de crianças com cancro e doenças raras.
Angariar dinheiro para o pagamento de impostos é crucial para a família poder aumentar o seu controlo sobre o império de negócios da Samsung que se estende deste semicondutores e smartphones até à construção naval. Alguns analistas dizem que este processo pode afetar o grupo.
Lee foi uma personalidade de destaque, uma vez que transformou a Samsung Electronics numa gigante global, mas a sua liderança também foi marcada por suspeitas de corrupção. O seu filho e herdeiro, Lee Jae-yong, está neste momento a cumprir uma sentença de dois anos e meio pelo seu envolvimento num escândalo de corrupção.
Autora: Mariana Sardinha
