A Gazprom informou que desde o início do ano exportou menos 42,6% de gás natural para os países não pertencentes à CEI, estando por isso incluídos os países da União Europeia.
Num grupo no Telegram, a empresa estatal russa informou que desde janeiro exportou menos 67,6 mil milhões de metros cúbicos de gás natural do que no ano passado, reiterando que os fornecimentos são realizados “de acordo com os pedidos confirmados” pelos países importadores. Sendo por isso notório que ocorreu uma clara redução na procura por energia russa por parte dos países da UE, como se prova pela Alemanha que tem tentado diversificar ainda mais os seus fornecedores, recorrendo cada vez mais ao renovável, mas também à importação através da Noruega, bem como à utilização do carvão como forma de produzir energia.
Segundo dados da Gazprom, ocorreu uma diminuição clara da procura global por gás, sendo que 85% dessa redução corresponde a países da UE e 10% ao Reino Unido, que têm posto sanções à Rússia desde o início da invasão da Ucrânia. Isto faz com que a empresa russa especule que haverá dificuldade nos países da União em passar o rigoroso inverno que se aproxima.
Dados de Moscovo sugerem também que a Europa poderá estar envolvida num impedimento às exportações de gás russo. Afirmando ter provas de que o Reino Unido poderá estar envolvido nos ataques contra os gasodutos Nord Stream 1 e 2 no mar Báltico. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, fala em “evidências de que o Reino Unido está envolvido numa sabotagem, num ataque terrorista contra infraestruturas vitais de energia não russas, mas internacionais”.
Desde o início da invasão da Ucrânia que a dependência europeia da Rússia em termos de energia se tornou arma de Vladimir Putin, que tem diminuído os envios de gás para os países da União Europeia. Vários países como os Países Baixos e a Polónia viram as suas importações de gás russo serem suspensas, ao terem recusado os pagamentos em rublos, como pedia o Kremlin.
Com isto, na Europa começou uma época de restrição ao consumo de energia, com limitações às temperaturas de ar condicionados, diminuição da frequência e intensidade da iluminação pública, restrições ao consumo de água quente, etc. Com estas medidas vários países conseguiram guardar reservas de gás para o inverno, sendo esperado que com isto, a estação fria possa ser passada sem percalços no Velho Continente.
Autor: Mário Costa