Evergrande volta a escapar a “default”, no último instante

Em meados de setembro, a Evergrande ($3333.HK) da China, um dos maiores grupos imobiliários do país em vendas, gerou medo na economia global quando a avaliação de mercado da empresa desabou para o menor nível em 11 anos. Economistas por todo o mundo alertaram que, se a Evergrande deixar de pagar as suas dívidas, poderá iniciar um contágio de crédito semelhante à falência do Lehman Brothers em 2007. 

A imobiliária chinesa escapou à declaração formal de incumprimento (“default”) pela terceira vez em poucas semanas, cumprindo um pagamento volumoso de juros de dívida em dólares que foi feito já depois do fim da sessão bolsista asiática de quarta-feira. 

A Evergrande, na China, oscila há algum tempo e, na quarta-feira, as pessoas presumiram que a gigante imobiliária não pagaria os seus títulos. De acordo com uma carta do obrigacionista DMSA, a Evergrande não cumpriu o prazo de pagamento de juros. Apesar das reivindicações da DMSA e das suas tentativas de fazer com que outros detentores de títulos declarem falência contra a corporação imobiliária chinesa, um representante da Clearstream disse à Bloomberg que a empresa tinha recebido pagamentos de juros, diferindo assim o incumprimento.

A Evergrande, a imobiliária mais endividada do mundo, tem se esforçado para vender ativos enquanto enfrenta mais de 300 mil milhões de dólares em passivos. As autoridades chinesas têm se tornado cada vez mais intolerantes com o aumento maciço de dívidas que ameaçam a estabilidade financeira e pediram ao fundador Hui Ka Yan que ajudasse a pagar as obrigações de Evergrande com sua riqueza pessoal.

Os títulos que tiveram carência de pagamento de cupão, encerrado a 10 de novembro, são: título de 9,5% com vencimento em 2022, título de 10% com vencimento em 2023 e título de 10,5% com vencimento em 2024.

Até agora, a Evergrande conseguiu evitar o default em quaisquer títulos em dólares negociados publicamente, pagando outros cupões antes do final dos períodos de carência. Mas a crise do maior emissor de “junk bonds” da Ásia mal acabou, e o contágio que desencadeou espalhou-se recentemente para outras áreas do mercado de crédito.

As autoridades têm procurado limitar as consequências da crise mais ampla do mercado imobiliário, com o banco central a injetar liquidez no sistema financeiro. Os títulos e ações das incorporadoras chinesas subiram na quarta-feira, depois do Securities Times ter afirmado que as autoridades, provavelmente, aliviarão o controlo, para que as empresas imobiliárias do país possam emitir notas em moeda local, como parte dos esforços para evitar uma deterioração ainda maior nos seus financiamentos.

Ainda assim, as preocupações persistem e o próximo obstáculo da imobiliária Evergrande é o pagamento de 255 milhões de dólares agendado para 28 de dezembro.

Autora: Jacinta Silva

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