Europa corta consumo de gás em 25% no mês de Novembro

Desde soluções alternativas a otimização de processos, a dependência de gás russo está a ser fortemente combatida no território europeu

Numa reação em bloco à guerra entre Ucrânia e Rússia, que se arrasta há mais de nove meses, a Europa tem demonstrado que é possível reduzir o consumo de gás natural para produção de energia.

Dados do ICIS (Independent Commodity Intelligence Services) revelam que, em relação à média a 5 anos, a procura de países como França e Espanha têm registado descidas muito significativas da procura de gás natural. Com efeito, o Financial Times adianta que, tanto na Alemanha como em Itália, os dois maiores consumidores de gás natural da União Europeia, a procura por gás natural terá caído 23% e 21%, respetivamente. No entanto, de todas as grandes economias europeias, foram os Países Baixos quem registou a maior queda, com uma redução superior a um terço da procura total.

Em coligação com as fortes restrições referentes ao gás natural, agora o setor do petróleo de origem russa verá também uma queda relevante, em termos de procura oriunda do velho continente. Este fenómeno dever-se-á ao conjunto de medidas de controlo à importação de petróleo russo que entrou em vigor na última segunda-feira.

Ainda que estas reduções sejam muito importantes na resposta aos catastróficos eventos ocorridos em solo ucraniano, e consequente escassez de recursos energéticos, é importante salientar que a analistas e executivos apontam para uma crise no setor que se pode estender por vários anos. De facto, estima-se que a Europa possa encarar o inverno de 2023/24 com apenas 65% da capacidade de armazenamento de gás natural.

A impressionante redução alinha-se também com, tradicionalmente, aquele que é o período de maior necessidade, já que a redução das temperaturas no hemisfério norte potencia a utilização de energia para aquecimento. 

Por oposição à redução da procura, a Europa bateu recordes de importação de gás natural liquefeito, não só pela constante procura chinesa, como pela comercialização de reservas chinesas para a Europa.

Neste momento, o cenário energético europeu continua gravoso e sem perspetiva de fortes melhorias, mas as ações de política conjunta têm surtido o efeito esperado, no combate à importação de matérias-primas russas.

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