Euribor a seis meses atinge o patamar dos 1%

Depois de vários meses em terrenos negativos, desde o início da espiral inflacionista a Euribor a seis meses tem subido de forma galopante, ultrapassando agora o patamar dos 1%, fixando nesta segunda-feira o seu valor nos 1,077%. Este é o valor mais alto em 10 anos nesta taxa, sendo que no início de junho o seu valor era negativo. 

Também as Euribor a 3 e a 12 meses viram os seus valores aumentarem desde a última sessão. A taxa a 3 meses registou 0,542%, mais 0,040 pontos do que na sexta-feira. Já a taxa a 12 meses subiu ontem para 1,612%, face aos 1,482% de sexta-feira.

Sendo a taxa a 6 meses a taxa pela qual se rege a maioria dos créditos à habitação com taxas variáveis, é expectável um aumento nas prestações dos créditos à habitação das famílias portuguesas, que já se encontram a enfrentar várias dificuldades decorrentes da inflação que se tem registado um pouco por todo o mundo, com especial ênfase na Zona Euro. 

No caso de Portugal é estimado que 90% dos créditos à habitação são contraídos com taxas variáveis, sendo por isso previsível que durante o ano de 2023 se verifique um aumento do número de famílias que entram em incumprimento e poderão ter que voltar a entregar os seus imóveis à instituição bancária.

As expectativas são de que no futuro as Euribor continuem a aumentar, uma vez que mesmo da parte do BCE os sinais serão para uma nova subida das taxas de juro diretoras, depois de em julho terem aumentado em 50 pontos base, depois de vários anos em que estas taxas estiveram em valores nunca superiores a 0. 

Na próxima semana decorrerá a reunião entre os diretores dos Bancos Centrais da Zona euro e é expectável um novo aumento nas taxas de juro diretoras, segundo Martins Kazaks, presidente do banco central da Letónia, disse que o BCE deveria “estar aberto a discutir quer os 50 quer os 75 pontos base como possíveis movimentos”, já depois de Isabel Schnabel, que é membro executivo do BCE, ter afirmado que o banco Central deveria começar a tratar este fenómeno da inflação como estrutural, normalizando-o, mesmo que isso venha a significar uma recessão económica.

Esta taxa reflete o valor médio das taxas de juro com que um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário, costumando acompanhar alterações que ocorram nas taxas de juro directoras do BCE.

Autor: Mário Costa

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