Envolto em polémica, ora tendo afirmado que iria adquirir a rede social, ora tendo alegado o seu contrário, Elon Musk — fundador da Tesla — acabou por comprar o Twitter na passada sexta-feira, 28/10.
Utilizador assíduo do Twitter, o bilionário tem tido uma relação caricata com criptoativos, mais concretamente com cripotomoedas.
Recorde-se que, em meados de 2021, a Tesla passou a aceitar a compra das suas viaturas com recurso a Bitcoin (BTC), o que implicou, de alguma forma, que a cotação da moeda valorizasse substancialmente. Contudo, cerca de 2 meses depois, a empresa acabou por revogar a aceitação de criptomoedas alegando um elevado impacto ambiental: a cotação do ativo caiu.
O cofundador e antigo CEO do Twitter — Jack Dorsey — é conhecido como um dos maiores apologistas da valorização do Bitcoin a longo prazo, dado acreditar no enorme valor acrescentado que esta será capaz de gerar.
Na verdade, chegou a incorporar na rede social, embora para um grupo restrito de utilizadores, a possibilidade de, por exemplo, validar as imagens de perfil recorrendo a NFTs.
Irá Musk continuar a adoção?
Alguns analistas acreditam que sim. Eis o que poderá estar na mira do magnata:
Bots / SPAM
Atendendo a que é possível, por exemplo, criar contas com perfis falsos, levando o utilizador a fazer-se passar por alguém que não é, a solução deste problema reveste-se de manifesta importância.
Alguns entusiastas de criptoativos acreditam que uma blockchain poderia contribuir para mitigar este e outros problemas recorrendo a passaportes NFT, por exemplo, por forma a concretizar o objetivo de Musk — “autenticar todos os verdadeiros humanos”.
Liberdade de expressão
Elon Musk acredita e valoriza a liberdade de expressão ao ponto de ponderar levantar todas as restrições impostas por administrações anteriores a utilizadores como o antigo presidente dos EUA, Donald Trump.
Estes valores estão, de facto, alinhados com as ideologias de descentralização promovidas por via de blockchain. Os seus defensores acreditam que uma entidade não deveria poder tomar decisões de elevada magnitude sobre como deve ser gerida uma plataforma.
Contudo, é necessário ter em linha de conta que a verificar-se, Elon Musk iria, de alguma forma, consolidar a sua influência na indústria, acabando por ser contraproducente, dado que tal se traduziria na antítese da descentralização.
Ainda que se tratem de matérias e processos complexos, Elon Musk já provou que é capaz de reinventar indústrias. Agora, ao comando do Twitter, abre-se todo um novo potencial para que as suas ambições se concretizem.
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Licenciado em Gestão pela Universidade Portucalense Infante D. Henrique (UPT). Financial Content Writer e Membro do Departamento de Recursos Humanos da MeuCapital. Realizou Estágio Curricular como Business/Data Analyst, na empresa vencedora do prémio “Melhor Pitch” da Web Summit 2021 – Smartex.ai. Incoming Analista Financeiro na Natixis, enquadrada no 2.º maior grupo bancário francês – BPCE. Especial gosto por redes e telecomunicações.