Endividamento da economia num novo máximo?

O endividamento da economia portuguesa no setor não financeiro, ou seja, o setor que engloba todos os agentes económicos exceto a banca, aumentou 600 milhões de euros no mês de setembro, atingindo, assim, os 764,5 mil milhões de euros, segundo dados do Banco de Portugal.

O setor privado, que inclui empresas e particulares não financeiros, aumentou os seus níveis de endividamento em 2 mil milhões de euros, o que justifica o aumento do endividamento. Destes 2 mil milhões, 1,3 mil milhões fica a dever-se, em grande parte, às empresas privadas – que viram os seus níveis de endividamento crescer, principalmente, devido ao financiamento obtido junto do exterior – e os restantes 600 milhões a particulares, essencialmente por causa do crescimento do endividamento face ao setor financeiro. Com este aumento, o endividamento do setor privado situa-se, neste momento, nos 419,4 mil milhões de euros.

Por outro lado, o setor público, onde se inserem as administrações e empresas públicas, registou uma quebra de 1,4 mil milhões de euros dos seus níveis de endividamento, para 345,1 mil milhões de euros. Segundo o Banco de Portugal, esta redução deve-se principalmente à diminuição do endividamento junto do exterior.

Apesar desta subida, o endividamento da economia portuguesa mantém-se assim abaixo dos níveis atingidos no mês de junho, altura em que atingiu um pico de 765,3 mil milhões de euros.

Em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), no terceiro trimestre deste ano, entre julho e setembro, o endividamento da economia diminuiu de 373,4% no segundo trimestre para 369,9% do PIB, graças à redução do endividamento do setor público, que desceu de 170,6% para 167,0% do PIB. Já o endividamento do setor privado praticamente não se alterou, tendo subido ligeiramente de 202,8% para 202,9% do PIB.

Este novo rácio de endividamento de 369,9% do PIB é o mais baixo desde o terceiro trimestre do ano passado, continuando acima dos 338% do PIB registados mesmo antes da pandemia, no quarto trimestre de 2019.

Este alívio do endividamento face ao PIB, explica-se essencialmente pelo crescimento económico, tendo em conta que o valor da dívida é até superior ao anteriormente registado. Segundo a estimativa rápida do PIB do Instituto Nacional de Estatística (INE), a economia portuguesa cresceu 4,2%, em termos homólogos, no terceiro trimestre de 2021.

Autora: Leonor Mendes Correia

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