O setor privado em Portugal enfrenta grandes desafios no que toca a remunerações, mas as empresas portuguesas preveem aumentar, no próximo ano, os salários dos trabalhadores numa média de 2,2%, segundo o relatório “Salary Budget Planning Report”, da Willis Towers Watson, citado pelo jornal Eco.
Neste estudo, no qual participaram 276 empresas nacionais, prevê-se uma melhoria dos salários a rondar os 2%, sendo que a inflação projetada para 2022 é de 1,2%.
Por outro lado, o número de empresas que preveem congelar totalmente os salários deve cair dos 9,4% deste ano para 1,9% em 2022.
“Os empregadores enfrentam sempre grandes desafios quando se trata de remunerações”, revelou Sandra Bento, talent & reward associate director da Willis Towers Watson, em comunicado, realçando que “apesar dos aumentos resultantes de uma certa recuperação económica à medida que a ameaça da Covid-19 diminui, as empresas precisam de continuar a gerir com eficácia os seus custos fixos durante este processo de retoma. Alguns setores estão a sair-se melhor do que outros, mas as perspetivas em geral são animadoras”.
Os aumentos médios em 2022 deverão ser maiores nos setores hitech, fintech e fabrico (2,4%), produtos de consumo e retalho (2,3%) e farmacêutica e ciências da saúde (2,2%). O serviço financeiro terá o aumento mais baixo (2,1%).
No mesmo relatório é ainda realçado o maior desafio das empresas portuguesas: reter talento, “recompensando os melhores desempenhos com um aumento salarial 2,7 vezes superior ao concedido aos que obtiveram classificações de desempenho inferiores”, lê-se em comunicado.
“Atrair e reter colaboradores continua a ser um grande desafio para os empregadores, embora hoje o mercado de trabalho pareça otimista e as perspetivas sejam melhores do que muitos esperavam”, afirmou Sandra Bento, que explicou que além de salários competitivos é necessário concentrar os gastos num “conjunto diversificado de programas de saúde, bem-estar e carreira para impulsionar o nível de compromisso dos seus colaboradores”.
No caso das contratações, 26% das empresas planeiam recrutar mais colaboradores nos próximos 12 meses, enquanto 10% preveem reduzir o atual número de elementos da sua equipa. As posições disponíveis são, maioritariamente, na área das vendas, embora a engenharia, as tecnologias da informação e as funções técnicas qualificadas também sejam funções críticas para as empresas nacionais.
Autor: Pedro Vicente