Economista compara inflação atual americana à dos anos 70

Jeffrey Gundlach, CEO da empresa Doubleline Capital e conhecido como “Bond King”, especialista no mercado de obrigações do Tesouro dos Estados Unidos, afirma que o cenário atual da taxa de inflação americana é preocupante e que “se assemelha ao contexto percecionado na década de 1970”.

Gundlach defende que a taxa de inflação está a crescer a uma velocidade alarmante e afirma que a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) necessita de ser rápida e ágil a implementar medidas que permitam mitigar a subida dos preços que se tem verificado. Adicionalmente, reforça a comparação das tensões inflacionárias sentidas atualmente aos anos 70, uma década que registou taxas de inflação de quase 20%, uma das mais elevadas dos últimos anos.

O economista menciona que “mediante as taxas de inflação atuais, as obrigações do Tesouro dos EUA fornecem um rendimento negativo”. Realça ainda que, considerando os níveis atuais do índice de preços no consumidor (IPC) – um indicador económico que é utilizado para observar tendências referentes à taxa de inflação – de cerca de 5,4%, um investimento numa obrigação do Tesouro dos EUA de 10 anos, resultaria num prejuízo anual de quase 4%.

Jeffrey Gundlach aponta algumas possíveis medidas a serem tomadas pela Fed de modo a combater a inflação, referindo algumas soluções que foram implementadas por Paul Volcker, antigo presidente da Fed, no início dos anos 80. Algumas destas medidas estão relacionadas com uma rápida subida das taxas de juro, de modo a diminuir a oferta monetária em circulação, sendo que a taxa de empréstimo de pernoite entre instituições financeiras alcançou um valor histórico de 22,36% em 1981.

Por fim, o empresário defende que os recentes pacotes de estímulo da economia não são sustentáveis e que esta prática pode ter consequências a longo prazo, ao contrário das convicções do atual presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, que acredita que a inflação é “meramente temporária” e não requer, por enquanto, qualquer intervenção de mitigação por parte da Fed. 

Auto: Diogo Neves

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