A economia espanhola cresceu 5,5% em 2022, um valor semelhante ao de 2021, no entanto, durante o último trimestre aconteceu uma desaceleração.
O Instituto Nacional de Estatística Espanhol divulgou dados relativos ao crescimento do país vizinho em 2022, o PIB de Espanha cresceu 5,5%, no entanto, durante o último trimestre o crescimento foi de 0,2% face aos três meses anteriores, mas, em termos homólogos, o aumento do PIB do país foi de 2,6%, bem abaixo dos 4,7% verificados no trimestre anterior.
O PIB a preços correntes fixou-se nos 1.327 mil milhões de euros, um valor maior do que o de 2021, mas ainda abaixo do verificado no pré-pandemia. Provando que o país vai ser um dos últimos da Zona Euro a recuperar da queda que a chegada da Covid provocou nas economias europeias.
As principais causas para esta desaceleração, foram a queda na procura interna, que apesar de ter tido um contributo de 3,1 pontos percentuais para o crescimento da economia espanhola, representa um decréscimo de 2,1 pontos face ao ano anterior, enquanto que a procura externa contribuiu com 2,4 pontos para o crescimento, mostrando “o grande dinamismo das exportações”, segundo afirmações da Ministra da Economia Espanhola, Nadia Calviño.
Apesar de tudo, o Banco de Espanha afirmou que a economia espanhola até teve uma grande resiliência durante o último trimestre, sendo que as expectativas para o próximo ano é de um crescimento de 1,6%, mais 0,3 pontos percentuais do que na estimativa anterior, uma revisão em alta que se justifica com a reabertura do comércio global, a melhoria do turismo e o desempenho do mercado de trabalho espanhol.
Já no caso das expectativas de Bruxelas, a Comissão Europeia estima um crescimento do PIB espanhol este ano de 1,4%, uma melhoria de 0,4 pontos percentuais relativamente à anterior.
Estes dados deverão colocar sobre pressão o governo de Pedro Sanchez, neste ano que será marcado em Espanha por várias eleições, com eleições em várias comunidades autónomas, com as principais a serem a Comunidade de Madrid e a Comunidade Valenciana, mas também no final do ano com Eleições Gerais em Espanha, que poderão ditar uma mudança no governo Espanhol, com várias sondagens a indicar que o país poderá “virar à direita”.
Mário Costa, estudante do 1º ano do Mestrado em Finanças na FEP, Financial Content Writer na MeuCapital e Membro do Departamento de Corporate Finance no FEP Finance Club. É escuteiro desde os 9 anos e ao longo dos anos desenvolveu um forte interesse pela área financeira, tendo por a missão de contribuir para uma maior literacia financeira em Portugal.