Tal como acontece todos os anos, estamos cada vez mais próximos da dita blackfriday. O conceito implementado originalmente nos Estados Unidos, resulta da adoção de promoções “loucas” que permitem aos consumidores poupar algum dinheiro em bens que anteriormente tanto procuravam. A BlackFriday tem outra dimensão nos EUA, com promoções superiores a 70% em vários produtos, ao contrário do que acontece em Portugal, embora as distribuidoras já implementaram o seu plano logístico para fazer face à procura elevada que se vai fazer sentir na próxima semana e, especificamente, no dia 25 de Novembro.
A proporção das transações que é feita online, com entregas ao domicílio ou em pontos de proximidade, é cada vez maior, o que aumenta a pressão sobre as principais empresas distribuidoras, obrigando-as a preparar esta operação com antecedência para garantir a qualidade do serviço.
É o caso dos CTT, que reclamam a liderança no mercado doméstico do transporte expresso, estando a implementar medidas como o reforço das equipas no tratamento e na distribuição das encomendas; a distribuição nos feriados e fins de semana e em horários mais alargados; a recolha de objetos em antecipação dos principais expedidores e ainda turnos duplos de distribuição diária.
Todos estes procedimentos logísticos são imperativos para combater a elevada procura que se fará sentir e que, ao contrário do que se verificava anteriormente, as compras estão cada vez mais sensíveis a um click, alcançando um volume de compras por família cada vez maior.
Segundo o Administrador dos CTT, João Sousa admite que “o objetivo é fazer face ao elevado volume de encomendas que se espera nesta altura, minimizando eventuais constrangimentos que possam surgir numa operação desta natureza e dimensão, em que é movimentado um elevado volume de encomendas por dia. Por exemplo, o apoio ao cliente terá um reforço de 30% de recursos de atendimento e task-forces durante os feriados e fins de semana.”
Para apostar na otimização e feedback em tempo real para os colaboradores, os CTT dispõem agora de um aplicação exclusiva para os distribuidores. “Além de ser mais rápida e intuitiva, facilita o contacto com o cliente em caso de ausência, para reduzir o número de objetos em que é deixado aviso para ir levantar em pontos CTT”. Já a concorrente DPD decidiu reforçar as equipas com a contratação de mais de 700 colaboradores, que aumenta em mais de 400 o número de circuitos de distribuição, e permite alocar mais de 300 novas pessoas às áreas da triagem e do atendimento.
Para esta época alta, que no seu caso compreende o intervalo entre 24 de novembro e 24 de dezembro, reforçou igualmente a estrutura com a criação de três estações de distribuição temporárias, situadas em Alfena, na Maia e em Évora. Sendo este reforço insuficiente, neste período entre a Black Friday e o Natal, a multinacional que investiu 28 milhões para criar um hub em Loures, prevê processar mais de 2,8 milhões de encomendas na rede da DPD, ultrapassando assim os valores de 2021 embora com alguma desconfiança associada e ditada pela comunicação entre os principais retalhistas e distribuidoras.