Segundo o economista David Rosenborg, o mercado de títulos financeiros está a ser ajustado face à inflação, dado que os retornos respetivos não deverão ser comercializados a preços mais altos do que os atualmente praticados. A razão adjacente: a inflação é um fenómeno temporário causado por uma enorme procura reprimida e pelos problemas na oferta causados pela crise pandémica.
Os retornos dos títulos do tesouro norte-americanos com 10 anos têm atingido o seu nível mais baixo desde 3 de março do presente ano. O atual retorno desceu em 7% e encontra-se abaixo quase 11% desde o último mês.
Em fevereiro, David Rosenborg já se tinha expressado contra as preocupações ligadas à inflação, dizendo que o mercado de títulos “está a ser vendido a preços acima do seu verdadeiro valor” e que “há muito barulho e distorção nos dados” relacionados com a inflação. “A coisa mais perigosa que alguém pode fazer é extrapolar o que está a acontecer agora”, acrescentou.
Numa nota aos investidores no passado dia 11, Rosenborg escreveu que se recusa “a “hiperventilar” sobre a inflação”, prevendo “um crescimento mais lento, a inflação a chegar ao seu ponto mais alto e descer até atingir uma curva achatada na curva do retorno dos títulos do tesouro”. Isto significaria problemas num futuro próximo, visto que o economista prevê que grande parte do consumo cíclico cairá em desuso ainda este ano.
Quanto à Bitcoin ($BTC), apesar dos últimos acontecimentos e da criptomoeda ter estado em baixa nos últimos dois meses, Rosenborg acredita que nos devemos preparar para “outro disparo para cima”. Ao que tudo indica, mesmo tendo em conta que a criptomoeda mais famosa do mercado desceu uns expressivos 38%, a subida é uma miragem a considerar.
Os especialistas indicam que as compras excessivas da criptomoeda têm vindo a desvanecer. Contudo, Rosenborg ainda se encontra pouco recetivo a este ativo financeiro. Este afirma que não possui qualquer Bitcoin e que não recomenda ninguém a comprar. Para o economista, a Bitcoin não é um investimento “genuíno”.
Em contraste, Rosenborg prefere o ouro, que tem um quinto da volatilidade da Bitcoin e que, nos últimos dois meses, tem estado em alta, apresentando um resultado de 8%.
Autor: David Graça