Défice externo situou-se nos 3.542 milhões de euros até maio

A economia portuguesa acumulou um défice externo de 3.542 milhões de euros até maio, indicou esta quarta-feira o Banco de Portugal. Em igual período de 2021 o valor tinha sido de 714 milhões. BdP adiantou ainda que o défice da balança corrente e de capital foi de 1.755 ME no mês de maio, mais 1.067 ME quando comparado com o período homólogo. 

“Este crescimento do défice da balança corrente e de capital deveu-se, sobretudo, ao aumento dos défices das balanças de bens e de rendimento primário. A redução dos excedentes das balanças de rendimento secundário e de capital também contribuíram para o acréscimo do défice externo. Estas evoluções foram parcialmente compensadas pelo crescimento do excedente da balança de serviços”, referiu o Banco Central.

O défice da balança de bens aumentou para 2.107 milhões de euros, justificado por um crescimento das importações maior do que o das exportações, em relação a maio de 2021. Da mesma forma, as exportações e importações de serviços aumentaram 102% e 63,3%, com destaque para as rubricas de viagens e turismo, de transporte aéreo e de serviços de telecomunicações, informáticos e de informação.

Quanto às exportações e importações de viagens e turismo, deu-se um aumento de 223,1% e de 86%, respetivamente, o que se traduziu num excedente de 1.247 milhões de euros, mais 978 milhões de euros do que o verificado no ano anterior.

Já o défice da balança de rendimento primário subiu para 880 ME, “refletindo um aumento do pagamento de rendimentos de investimento, nomeadamente sob a forma de dividendos, por parte de entidades portuguesas a investidores não residentes”, enquanto que o excedente da balança de rendimento secundário sofreu uma diminuição de 189 milhões. Por sua vez, o excedente da balança de capital reduziu 157 milhões de euros.

O Banco de Portugal avançou que “a menor atribuição de fundos europeus foi determinante para a redução do excedente do rendimento secundário e da balança de capital”, sendo que “a aquisição de licenças de carbono também contribuiu para a diminuição do excedente da balança de capital”.

A balança financeira nos primeiros 5 meses do ano registou um saldo negativo de 2.982 milhões de euros, explicado pelo aumento de 4.045 milhões de euros dos ativos financeiros que Portugal detém sobre o exterior, inferior ao aumento de 7.027 milhões de euros dos passivos de Portugal perante o exterior. 

A variação dos passivos foi originada por aumentos de passivos devido ao investimento de não residentes em dívida pública portuguesa e dívida de sociedades não financeiras, pelo investimento imobiliário em Portugal por parte de não residentes, e pela redução dos passivos do Banco de Portugal junto do Eurossistema. Por outro lado, o aumento dos ativos “deveu-se, sobretudo, ao investimento dos bancos e das sociedades de seguros e fundos de pensões em títulos de dívida emitidos por não residentes”.

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