No dia 17 de maio de 2021, o preço do petróleo bruto West Texas Intermediate atingiu os 66,26 dólares por barril, um valor que não era alcançado desde abril de 2019. O crude regista assim o valor mais elevado desde há 2 anos. É de notar que no ano passado, em abril, os futuros de crude alcançaram os 37,63 dólares negativos.
Os futuros de crude subiram cerca de 1,4% na segunda-feira, uma subida potenciada principalmente pela convicção dos investidores acerca da melhoria do estado atual da pandemia COVID-19. Países como os Estados Unidos da América, China, e até alguns da Europa, têm observado uma diminuição significativa no número de pessoas infetadas com o coronavírus, após a numerosa distribuição de vacinas.
É ainda importante realçar que, nos EUA, o número de passageiros nos aeroportos atingiu o valor mais elevado desde março de 2020. Para além disso, vários países da Europa, incluindo Portugal, aliviaram as restrições associadas à pandemia, algo que irá promover o tráfego aéreo. Desse modo, o turismo e, mais concretamente, a indústria da aviação irão beneficiar, sendo esta uma indústria extremamente dependente do petróleo.
Estes fatores suscitam confiança nos investidores de que brevemente o mundo poderá “voltar ao normal”, o que levaria ao aumento da procura do petróleo e seus derivados, visto que o crude é essencial para o correto funcionamento de inúmeras economias. Esta confiança por parte dos investidores verifica-se apesar de alguns países como a Singapura e a Índia, parceiros estratégicos de comércio dos EUA, registarem um elevado valor diário de pessoas infetadas com o vírus.
É de notar que o crude não é a única matéria-prima que tem registado um aumento de preço, sendo isto também visível em várias commodities como o milho, o aço, o cobre, entre outros. Esta subida de preços nas matérias-primas poderá albergar consequências negativas para a economia, visto que irá afetar a margem bruta das empresas, forçando o aumento dos preços dos seus produtos, contribuindo para um consequente aumento da taxa de inflação.
Autor: Diogo Neves