Crise Energética deixa o preço de Metais ao rubro

Esta semana, com especial destaque para a passada sexta-feira, os preços dos metais básicos dispararam. 

Começando pelo Cobre, que caminhou em direção ao alcance de máximos históricos para os seus ganhos semanais desde 2016, e, passando pelo Alumínio que atingiu o nível mais alto desde 2008. Não querendo ficar para trás, aliás, pelo contrário, o Zinco está na liderança e com o seu preço mais alto desde 2007.

A que se deve isto?

Bem, tendo em conta que estamos a presenciar uma Crise Energética, é natural que haja um aumento do custo da energia. 

Graças a este facto, e também à escassez de energia, por exemplo na China, as fábricas que fazem as fundições daqueles que subiram os seus preços para o seu nível mais alto em mais de uma década, o Zinco e o Alumínio, viram-se obrigadas a reduzir a sua produção. Ora, havendo menos oferta, pela lei da procura, é esperado que os seus preços subam a pique. 

Não obstante, estes cortes no fornecimento estão a começar a alastrar-se também à Europa e, à medida que a escassez de energia aumenta os custos da eletricidade e do gás natural, a ameaça de uma altíssima taxa de inflação devido aos preços das mercadorias torna-se cada vez maior.

O último grande catalisador veio na passada quarta-feira quando a Nyrstar, uma das maiores produtoras de Zinco, disse que irá reduzir a produção em três fundições europeias em até 50% devido ao aumento dos preços da energia e dos custos associados às emissões de carbono.

Atualmente, o que sabemos ao certo acerca do valor e fornecimento destes metais?

O Cobre foi negociado pouco acima da marca de $10.000 por tonelada, e os spreads (diferença entre o preço de compra e o preço de venda de uma ação, título ou transação monetária) estão a apontar para um mercado mais apertado, uma vez que os contratos de Cobre à vista estão a negociar com um maior prémio sobre futuros em quase uma década, à medida que os inventários globais diminuem.

Relativamente aos seus stocks, os que estão registados na LME, London Metal Exchange, caíram para 14.150 toneladas, o número mais baixo em décadas. Já os que estão registados na Bolsa de Futuros de Xangai (SHFE) estão com 41.668 toneladas e estão nos níveis mais baixos desde 2009. Este baixo número de inventários elevou o prémio do cobre, monetariamente, ao longo do contrato de três meses para $254 por tonelada, o valor mais alto desde 2005.

Por outro lado, temos o Zinco da LME que subiu 7,8% a $3.802,50 por tonelada, tendo atingido $3.944, o valor mais alto desde 2007. Subiu 20% esta semana após a Nyrstar, sediada na Bélgica, ter dito que iria reduzir a produção em até 50% nas suas três fundições europeias de Zinco, e, a Glencore, que também tem três fundições de Zinco na Europa, ter dito que estava a “ajustar a produção” para poupar custos energéticos.

Os grupos internacionais que estudam tanto o Zinco como o Cobre afirmaram, este mês, estar à espera de que ambos os metais fossem fornecidos em excesso no próximo ano, contudo, os analistas temem que a crise energética possa mudar isso.

Continuando nesta onda de subidas, existe ainda o Alumínio que subiu 1,7% a $3.170 por tonelada após ter tocado nos $3.215, o valor mais alto desde 2008. Subiu 7% esta semana, graças à ajuda dos cortes de produção na Europa e na China.

Em relação a outros metais, o Níquel subiu 3,4% a $19.955 por tonelada, o Chumbo subiu 1,2% a $2.328,50 e a Lata ganhou 1,3% a $37.400.

A nível de mercado, o que poderemos esperar?

Até agora, a crise energética tem tido um impacto de dimensão exagerada na oferta, mas as preocupações com a procura estão também a aumentar rapidamente à medida que os fabricantes enfrentam um aumento simultâneo dos preços das matérias-primas em todos os setores.

Contrapondo isto, os analistas da ANZ afirmam que “Os preços elevados da energia e a potencial escassez terão mais impacto na oferta do que na procura de metais nos próximos meses”.

Autora: Bruna Pereira

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