Com o conflito armado entre a Ucrânia e a Rússia os mercados financeiros viram as suas moedas desvalorizarem, com especial destaque para o rublo, moeda russa, que acabou por cair drasticamente.
As sanções impostas um pouco por todo o mundo, inclusive por marcas que deixaram de operar neste país ou que cancelaram as encomendas que tinham, ajudaram a que a situação financeira da Rússia se deteriorasse. Notar que a bolsa de Moscovo não abriu logo após o início da guerra e o Banco Central Russo aumentou a taxa de juro de referência de 9,5% para 20%, de forma a tentar compensar as quedas verificadas.
No entanto, para além do mercado financeiro dito tradicional, hoje em dia transaciona-se igualmente com moedas virtuais, as chamadas criptomoedas, que têm características específicas, sendo uma delas a descentralização, ou seja, não estão associadas a nenhum banco central.
As criptomoedas foram criadas com o intuito de não terem relação com as bolsas mundiais e, assim, não serem afetadas por situações macroeconómicas e geopolíticas.
Nesse sentido, estas moedas não deviam ser influenciadas pela guerra. Porém, não foi isso que se verificou.
Como se sabe existem imensas moedas virtuais, normalmente associadas a um projeto e, por não serem legisladas, há um risco acrescido de investimento. De um dia para o outro todos os cenários são possíveis, desde obter grandes lucros a ter perdas incalculáveis, sendo mesmo possível perder todo o investimento realizado.
A verdade é que a moeda virtual está a ser cada vez mais procurada, especialmente pelas gerações X, Millennials e Z. O ouro, as commodities e/ou as ações estão a ser substituídas pelo mercado das criptomoedas.
Isso pode ser comprovado através dos donativos efetuados à Ucrânia. Para além de todo o dinheiro tradicional que foi enviado, o presidente deste país, Volodymyr Zelenskyy, solicitou ajuda financeira através de criptomoedas, nomeadamente a bitcoin, a ethereum e a USDT.
Os russos também se refugiaram nestas moedas virtuais ao verem a queda abrupta do rublo. Inicialmente, houve a corrida aos bancos para trocarem a sua moeda por dólares, todavia após as sanções do ocidente, muitos optaram por investir em criptomoedas, de forma a protegerem as suas poupanças de um possível colapso da economia russa.
A guerra que começou em 24 de fevereiro de 2022 fez com que as criptomoedas registassem uma queda, pelo que se conclui que estas são afetadas pelos cenários macroeconómicos e geopolíticos, ao contrário do que era expectado aquando da criação das mesmas.
No entanto, recuperam de uma forma mais rápida às quedas verificadas e são um refúgio de investimento, apesar de serem uma alternativa arriscada e não regulamentada.
Autor: Márcia Soares