O Credit Suisse forneceu um empréstimo no valor de 140 milhões de dólares para a Greensill Capital com base em faturas para empresas que negam ter feito os negócios declarados nos documentos.
Outubro de 2020
Tudo começou em outubro de 2020, quando se apurou que o Credit Suisse fez um empréstimo de emergência no valor de 140 milhões de dólares com base em faturas “falsas”.
Meses depois, em março de 2021 a Greensill Capital declarou falência e o Credit Suisse perdeu $10 mil milhões como sendo o seu credor. Contudo, dias antes do colapso, o banco produziu uma lista de contas a receber, datada de fevereiro de 2021, destacando 99 milhões de dólares de faturas elegíveis com nomeação de 12 empresas diferentes.
Liberty Commodities
De acordo com o Financial Times (FT), as faturas em causa eram emitidas pela Liberty Commodities, uma empresa siderúrgica e de mineração, e vendidas para a Greensill fazendo parte da garantia do empréstimo. Porém, várias das empresas mencionadas nas faturas afirmaram ao FT não fazer negócios com a Liberty, quatro das sete foram: Cargill, Mitsui Bussan Metals, Toyota Tsusho Asia Pacific e Itochu Singapore.
Itochu afirmou ter sido contactado pelo administrador da Greensill, Grant Thornton, para verificar uma das faturas da Liberty Commodities em março de 2021, ao qual lhe respondeu não ter registo da transação na sua subsidiária de Singapura. E ainda que “verificou mais amplamente com outras subsidiárias locais dentro da região e empresas afiliadas, mas não houve transação comercial”.
No entanto, apesar do sucedido, o empréstimo de 140 milhões de dólares já foi reembolsado através de títulos de primeira linha sobre outros ativos da Greensill que o Credit Suisse detinha, sendo um, o de 50 milhões de dólares em dinheiro.
Recuperação do dinheiro
O Credit Suisse declarou que “O Credit Suisse Asset Management continuou a trabalhar incansavelmente na recuperação de dinheiro para investidores nos fundos de financiamento da cadeia de suprimentos…A recuperação do empréstimo-ponte feito à Greensill Capital, na íntegra, acrescido dos juros devidos, é mais uma prova de nossa determinação absoluta de recorrer a esse assunto sempre que possível.”
Para finalizar, só de notar que a Liberty Commodities é uma empresa que faz parte da GFC Alliance Grupta que está presentemente a ser investigada pelo Serious Fraud Office do Reino Unido e pela polícia francesa por suspeita de fraude e lavagem de dinheiro, sendo tais afirmações constantemente negadas pelo GFC.
Autor: Sara Nobre

Sara Nobre, 19 anos, natural da Guarda. Estudante de Economia na FEUC com um passado por Sociologia na mesma faculdade. Apaixonada pelo mundo financeiro e hoteleiro. Sem certezas para o seu futuro mas com a garantia de dar o seu melhor e tentar tirar o melhor proveito do que possa surgir, incluindo com a experiencia na MeuCapital.