COP26 e os objetivos ambientais

A 26ª Conferência das Partes, COP26, é uma cimeira internacional, que reúne diversas personalidades mediáticas, desde políticos, a chefes religiosos, e ativistas, entre outros. No entanto, este ano, o evento é especialmente relevante tendo em conta as imensas ocorrências climáticas nocivas, a que se tem assistido, causadas pelo ser humano. Assim, a conferência tomou o mote: “a última grande oportunidade de retomar o controlo”.

Ainda antes do início da COP26, as Nações Unidas publicaram um estudo sobre o clima, onde se concluiu que o controlo ambiental está na iminência de se tornar incontrolável. O relatório estima que em 2030 o planeta estará 1,5°C mais quente do que a era pré-industrial, significando um adiantamento de 10 anos em relação ao previsto anteriormente. Por isso, a ONU alerta, vigorosamente, para a necessidade de se reduzirem as emissões de gases de estufa e uma reforma dos métodos de produção e consumo.

Adicionalmente, a Agência Internacional da Energia (AIE) expôs um relatório em que lamenta o fraco investimento nas energias renováveis e, por isso, apresenta 3 cenários futuros dependentes do empenho de todos para combater as alterações climáticas, desde a neutralidade carbónica em 2050, até ao aquecimento catastrófico em 2100.

A conferência do clima visa reunir os países com o intuito de se encontrar uma estratégia global, que permita a subsistência da vida na Terra. Desta forma, é necessário que se comprometam a cumprir o Acordo de Paris. Assim, a COP26 ambiciona assegurar emissões zero até 2050 e limitar o aquecimento global a + 1,5°C, proteger habitats naturais e comunidades, garantir o financiamento de medidas que promovam a sustentabilidade e a colaboração das entidades para se atingirem os objetivos.

Em detalhe, a COP26 pretende acelerar o compromisso dos participantes para a transição para carros elétricos, o fim da utilização da energia a carvão, e a proteção das populações em maior risco.  Ironicamente,  uma boa parte dos líderes mundiais, alguns vindos da reunião do G20, em Itália, chegaram a Glasgow de avião privado, corrompendo logo uma das recomendações a nível individual para esta luta: “viajar menos de avião”.

Já existe uma longa lista de países que se obrigaram à neutralidade carbónica. Apesar de esse objetivo ter sido apontado para 2050, da lista destacam-se a Áustria, Finlândia, Alemanha, Maldivas, Noruega, Suécia e Uruguai, pela positiva, pois preveem uma antecipação do ano a atingir o objetivo. Contudo, vários são os países que se evidenciam no sentido oposto, como a Ucrânia, Turquia, China, Brasil, Rússia e Índia por o adiarem.

Mas quais os países que cumprem as metas impostas pelo Acordo de Paris? Somente a Gâmbia conseguiu reduzir as emissões para o nível pactuado. No índice desenvolvido pelo CAT, a União Europeia é identificada com tendo metas insuficientes para 2050.

Porém, recentemente, surgiu uma medida que se prevê ter um impacto significativo nas emissões, vinda de Londres. A cidade prepara-se para expandir a zona de baixas emissões para quase 20 vezes o tamanho inicialmente projetado. Com isto pretende-se acelerar a transição da população para carros elétricos, caso contrário os condutores terão de pagar multas, e a utilização de transportes públicos.

Numa perspetiva contrária, o relatório apresentado pela Organização Meteorológica Mundial anunciou, recentemente, que a Ásia atingiu o ano mais quente de sempre em 2020 e que os riscos climáticos começam a somar elevados milhares de milhões de euros.

Inclusive, a Índia tem investido em novos locais de produção de carvão para responder à intensificação da procura. Não obstante, o cidadão indiano mediano consome menos energia do que um americano. Assim, aumenta a controvérsia à volta da neutralidade carbónica, pois os países ricos têm o poder de diminuir as suas emissões, aumentando as importações de produtos energéticos. Se assim for, em termos globais, nada mudaria na quantidade de emissões carbónicas.

Autora: Mariana Teixeira

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