Concessionárias com perdas de quase 300 milhões de euros

Os efeitos do vírus também se fizeram sentir na avaliação das receitas das concessionárias das autoestradas, que foram afetadas pelas medidas restritivas impostas pelo governo, provocando assim uma redução da mobilidade e, consequentemente, uma forte quebra nas receitas. No total, a nível nacional, houve perdas que atingiram os 287 milhões de euros em comparação com os valores de 2019, segundo dados da Associação das Sociedades Europeias Concessionárias de Autoestradas com Portagem (ASECAP). Este valor foi o mais baixo desde 2015.

No ano de 2020, marcado pelas medidas restritivas, as receitas geradas pelos portugueses caíram para os 918,31 milhões de euros, face aos 1.205,48 milhões, indicando um recuo de 23,8% relativamente a 2019.

No conjunto das 24 concessionárias que fazem parte da associação portuguesa do setor (APCAP), o tráfego médio diário obteve uma queda, no ano passado, de 22,85% para 12.648 veículos, o que representa menos 3.745 do que em 2019. Esta queda foi mais acentuada nos veículos ligeiros (23,8%) do que nos pesados (9%).

De acordo com o Jornal de Negócios, as concessionárias já apresentaram aos concedentes a reserva de direitos, um passo importante para poderem prosseguir com pedidos de reequilíbrio financeiro, face às restrições impostas à circulação.

No ano de 2021, o país viveu um segundo confinamento, afetando novamente todo este setor. Até ao final de março, registou-se “uma queda acentuada” face a iguais períodos de 2020 e 2019. Houve uma quebra de 31%, “sendo mais evidente nas vias muito afetadas no turismo, como sejam a A22 (Via do Infante) com menos 43% de tráfego e a N125 com menos 38%”, diz a ASECAP.

Torna-se, ainda, importante salientar que dos cerca de 20 países analisados, pela associação europeia, o Reino Unido foi o que mais receitas perdeu, chegando a ultrapassar os 45%. Portugal aparece como a sexta maior descida, atrás de países como Espanha e Itália.

Por outro lado, França continua a ser o local onde as autoestradas geram mais receitas, sendo que o ano passado, apesar de uma queda de 17,6%, houve ganhos de 8,7 mil milhões de euros. A Alemanha ocupa o lugar seguinte, onde as concessionárias cobraram quase 7,4 mil milhões de euros, apenas menos 0,68% face a 2019.

Autor: Pedro Vicente

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