“Compre criptomoedas se tiver disposto a perder tudo”. Foi este o conselho do presidente do Banco Central da Inglaterra, Andrew Bailey, que afirmou, nesta quinta-feira, que os investidores de criptomoedas “devem estar preparados para perder todo o seu dinheiro” e que as criptomoedas “não têm qualquer valor intrínseco”.
A popularidade das criptomoedas tem vindo a crescer a cada dia que passa, sendo que em 2021 muitas destas moedas atingiram novos máximos históricos, como a Bitcoin e a Ethereum.
Questionado numa conferência de imprensa transmitida no Youtube sobre a decisão do banco central do país em relação à taxa de juros, Bailey declarou que as “criptomoedas não têm qualquer valor intrínseco”. Isto não significa que não tenham valor, porque estas têm valor extrínseco.”
Bailey junta-se assim a outras personalidades internacionais como o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, e Christine Lagarde, do Banco Central europeu que classificam a Bitcoin como um “ativo criptográfico”, e não como uma moeda digital.
A Bitcoin já subiu cerca de 90% este ano, em parte graças à compra desta “moeda” por grandes empresas como a Tesla. A empresa norte-americana comprou 1.5 mil milhões de dólares no início deste ano, investimento que, hoje em dia, já vale 2.5 mil milhões de dólares.
Ainda assim, céticos do mundo das criptomoedas, como Michael Hartnett, chefe de investimento do banco American Securities, afirmam que a Bitcoin é uma bolha prestes a explodir, desaconselhando, tal como Bailey, a compra destes ativos.
Recentemente também o banco central da Inglaterra revelou que pretende lançar sua versão de moeda digital, apelidada de “Britcoin”.
Ao que parece, as autoridades já perceberam que não é possível banir a Bitcoin, pelo que resta tentar forçar a população a usá-la de uma forma que não seja uma moeda de troca no dia a dia.
Assim, a Bitcoin caminha cada vez mais para se tornar uma reserva de valor.
Autor: Henrique Gil