Estamos prestes a entrar num novo ano e que melhor forma de começar sem ser a ver
como podemos investir o nosso dinheiro?
Se tens algum dinheiro parado no banco e não sabes o que hás-de fazer com ele, que tal
investi-lo?
Se há coisa que os mais ricos já entenderam é que se conseguirem alocar o seu dinheiro
em ativos, ao invés de o alocar em passivos, conseguem tornar-se cada vez mais ricos e,
no futuro, comprar os passivos que desejavam, com o retorno que os ativos geraram.
Essa é uma das razões pelas quais as pessoas mais ricas do mundo raramente exibem em
demasia a sua riqueza. Sim, compram casas caras, carros caros, iates, mas, comparando
com o dinheiro que cada um deles vale, os bens materiais representam apenas uma ínfima
parte desse valor.
E porquê investir e não apenas poupar?
Esta é uma pergunta muitas vezes feita. Porquê investir e não poupar? Investir não tem
muito mais risco? Claro que sim. Contudo, se apenas poupares, o teu poder de compra
daqui a 5/10 anos será muito inferior do que é atualmente. Em 2021, numa ida às compras
para casa, trazias, com 100 euros, 50% mais do que trazes agora, certo? Isto deve-se à
inflação, que tem como consequência a redução do poder de compra das famílias. Daí a
importância de investir o dinheiro para, pelo menos, conseguir acompanhar a inflação (que,
atualmente, se situa na casa dos 10%).
Neste artigo sintetizei 6 passos que podem ser úteis para investires o teu dinheiro em 2023.
1. Pagar a tua dívida
Pagar dívidas pode não ser visto como uma forma de investimento. No entanto,
dependendo da forma como analisamos a situação, até pode ser.
Neste caso específico, não estou a abordar situações como um crédito habitação de 150 mil
euros, visto que, sendo sincero, não é algo realista. Com “pagar dívidas que tenhas”
refiro-me, por exemplo, a um crédito automóvel ou um empréstimo de cartão de crédito,
sendo que se tratam de créditos que, frequentemente, chegam a atingir 6%/7%/8% de taxa de juro.
Se analisarmos bem, pagar estes créditos com taxas de juro altíssimas pode levar a que o
nosso “EU” do futuro não gaste 6%/7%/8% ao ano em taxas de juro. Deste modo, no fundo, acaba por se tratar de um investimento onde se obtém 6%/7%/8% de retorno anual.
2. Certificados de aforro
Um certificado de aforro é um título de dívida pública, ou seja, refere-se a, no fundo,
emprestar dinheiro ao Estado Português.
Ao referir certificados de aforro, não os vejo como um investimento mas sim como uma
aplicação. Acompanha a inflação? Não, mas para fundo de emergência é, na minha opinião,
uma das melhores aplicações, senão mesmo a melhor que se encontra disponível.
Recebemos juros consoante a Euribor a 3 meses em vigor, conseguimos usufruir de juros
compostos e, neste momento, pagam algo a rondar os 2,5% a 3% ao ano.
3. ETFs
O ativo que mais gosto para investir, quando o tema é bolsa de valores. Passivo, baixo risco
(dentro da realidade do mercado bolsista) e que nos dá, historicamente, entre 8 a 10% de
retornos anuais. Estes retornos não só acompanham, como ultrapassam a inflação, sendo
que, à data da escrita deste artigo, se encontra em valores fora do normal, de 8%/10%.
Então o que é um ETF?
Um ETF é, no fundo, um conjunto de ações. Por exemplo, um ETF do S&P500 é o conjunto
de ações que compõem o índice do S&P500. Um High Yield ETF (ETF com rendimento
alto), é um conjunto de ações que têm um rendimento acima de, imaginemos, 2%. Um ETF
do setor tecnológico é um ETF que é composto por um conjunto de ações apenas do setor
tecnológico.
4. Ações individuais
O principal ativo quando nos referimos à bolsa de valores, ações. Gostas bastante de uma
empresa e adoravas investir nela? Então porque não? Através das ações individuais
consegues investir o dinheiro que tiveres disponível em empresas como a Google
(GOOGL), Meta (META), Tesla (TSLA), entre outras. É também uma forma de investires o
teu dinheiro, apesar de um pouco mais arriscado que as opções que dei acima.
Através de um ETF do SP500, também estás exposto a todas estas empresas, é verdade.
Porém, não tens a ação de forma individual e sim um conjunto com várias ações.
5. P2P
Peer to Peer Lending. Um tipo de investimento que cada vez se fala mais mas o que é afinal o tão conhecido P2P?
Basicamente P2P (Peer to Peer) ou P2B (Peer to Business) é quando nós, investidores
individuais, emprestamos o nosso dinheiro a outras pessoas ou empresas. Estas entidades
em vez de irem ao banco, vão a investidores particulares como nós buscar o capital que
necessitam. Por exemplo, uma empresa quer adquirir uma frota de carros para criar um
negócio de rent a car mas não tem o capital necessário e, em vez de ir ao banco pedir o
dinheiro, fala com uma plataforma de P2P e pede esse dinheiro emprestado a investidores
individuais em troca de uma taxa de juro anual. Dessa forma, depois de emprestado o
dinheiro, a empresa compromete-se a devolver o dinheiro que lhe foi emprestado mais os
juros agregados a esse empréstimo num prazo predefinido.
6. Começar um negócio
Por último, um investimento que, para muitos, parece um objetivo muito longínquo. No
entanto, será que começar um negócio é assim tão complicado?
Começar um negócio não tem de ser nenhum “bicho de sete cabeças”. Podes começar, por
exemplo, um negócio onde tu és o produto (através da prestação ou venda de serviços).
Podes começar um negócio de revenda de produtos. Podes começar um negócio de arranjo
de computadores e telemóveis. Tens 1001 formas de começares o teu próprio negócio.
2023 pode mesmo ser o teu ano, basta fazeres por isso. Será que passará por investir?
Pode não passar. Como é natural, investir pode não ser para todos. Contudo, se gostares de investir, é importante compreenderes que cada um tem o seu perfil, seja agressivo ou conservador. Deste modo, deves investir o teu dinheiro da forma que te sentes mais confortável.
DISCLAIMER: O conteúdo presente neste artigo é meramente para fins de entretenimento, não representando qualquer tipo de recomendação de investimento, recomendação de estratégia de investimento ou aconselhamento financeiro. Investir envolve risco de perdas.

Colunista Convidado MeuCapital | Investidor e criador de conteúdos digitais
Gonçalo Malheiro é licenciado em Gestão e tem 23 anos. É investidor na Bolsa de Valores e em Criptomoedas e cria conteúdos sobre estes temas em diversas plataformas como YouTube, Instagram e TikTok.