Antes de mais, num breve enquadramento a integração duma nação no “clube” do G8 pressupõem que a economia da dita nação corresponde a uma das mais fortes a nível internacional, que o país faz parte dos maiores países industrializados e finalmente que, as atuações dos governantes nacionais obviamente influenciam toda uma política externa a nível global.
Inicialmente fundado em 1975, o G7 correspondia a um fórum informal que reunia os líderes das principais nações industrializadas do mundo. Como é de conhecimento geral, as cimeiras anuais do G7 tornaram-se uma plataforma multidisciplinar para determinar respostas políticas a desafios globais.
Como é percetível pela leitura dos parágrafos anteriores, a sigla alterou-se para G8, com a integração da Rússia em 1998 e mais tarde para G8+5 com a integração de economias emergentes como aquilo que parcialmente conhecemos como BRICS, mas que se traduziram na inclusão do Brasil, China, Índia, África do Sul e México.
Basicamente, em termos simples e pouco ingênuos, a função deste “clube” que inicialmente se afirmou como um fórum informal seria reduzir as disparidades entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Contudo, atualmente, é fácil perceber que o objetivo é atender os interesses das nações inseridas e decidir qual o rumo que o mundo deve seguir, na medida em que, estes países apresentam economias fortemente consolidadas, com uma grande influência política em instituições e organizações mundiais.
Em temáticas discutidas, podemos salientar alguns exemplos como por exemplo: processos de globalização/internacionalização, abertura dos mercados, problemas ambientais, política externa, entre outros…
Importa igualmente realçar que, particularmente na área de política ambiental, a população mundial tem observado incrédula à ineficiência de alguns objetivos comprometidos, sendo que, algumas das economias emergentes pertencentes a este grupo não se comprometem a assinar acordos ambientais pois têm perfeita noção que sairiam prejudicados a níveis financeiros, políticos, sociais, entre outros.
Apesar do exposto, na passada quinta-feira, dia 22 de abril e Dia da Terra, um pouco de esperança surgiu no horizonte da Humanidade, quando cerca de 27 líderes mundiais discursaram no primeiro dia do evento online Cimeira de Líderes pelo Clima 2021 para informarem o que já estão a fazer e quais as metas a que se propõem para travar o impacto das alterações climáticas nas futuras gerações e no mundo. Limitando-nos apenas às economias/estados com maior PIB nominal no presente ano, destacar:
O anfitrião da Cimeira de Líderes para o Clima 2021, os EUA, responsáveis por 15% das emissões, representados por Joe Biden, comprometeram-se a reduzir para metade (entre 50 e 52%) as emissões de gases com efeito de estufa do seu país até ao fim da década. Os Estados Unidos querem ainda chegar a 2050 com emissões carbónicas neutras.
A China, responsável por 28% das emissões, através de Xi Jinping, comprometeu-se a começar a reduzir as suas emissões de gases de efeito de estufa ainda durante esta década e pretende atingir a neutralidade carbónica antes de 2050. Para isso, vai fazer dos típicos planos comunistas, conhecidos como planos quinquenais (50 anos) que orientam a governação do país. Estão previstas medidas como a limitação do consumo de carvão para produção de energia.
O bloco da União Europeia, através de Von der Leyen, já tinha estabelecido o famoso objetivo de uma redução nas emissões líquidas de CO2 de pelo menos 55% em 2030, no âmbito da Lei Climática, que também fixa a meta de neutralidade em 2050.
Para finalizar, importa sublinhar que, pelo simples facto de a China ser o segundo maior poluidor a nível mundial, não tem grande relevância e não é motivo algum para ser discriminado pelos ditos países desenvolvidos, como os EUA, ou o bloco europeu, como acontece atualmente. Apesar de a China utilizar ainda largamente o carvão como recurso energético (o mais poluidor) a China é largamente responsável por produzir todos os bens materiais à escala mundial. Portanto se realizarmos uma análise sem fronteiras e sem nações são, efetivamente os EUA e o bloco europeu que mais contribuem para as alterações climáticas, na medida em que são os mais consumistas.
Importa também realçar que uma medida de contribuição da percentagem para as alterações climáticas per capita iria ser bastante importante para suportar a teoria infra, que muitas pessoas desconhecem.
Autor: Francisco Antunes