Coca-Cola desvaloriza 4 mil milhões após gesto de Cristiano Ronaldo

Foi na passada segunda-feira, dia 14, antes da estreia da seleção portuguesa no Euro’2020, que o jogador Cristiano Ronaldo causou frenesim nas redes sociais após a execução de um simples gesto, desta vez fora do relvado.

Durante a conferência de imprensa de antevisão do jogo Hungria – Portugal, antes dos jornalistas terem dado início à colocação de perguntas, o capitão da seleção removeu duas garrafas de Coca-Cola ($KO), marca patrocinadora do torneio europeu, que se encontravam expostas à sua frente, e de seguida exibiu uma garrafa de água aos espetadores.  

“Água”, exclamou o avançado português, presumivelmente manifestando a sua preferência pelo consumo de bebidas saudáveis. 

A atitude do craque tornou-se viral e, no fim da conferência, o valor das ações da marca de refrigerantes já tinha caído 1,6% – de 56,16 dólares americanos no fecho de sexta-feira, dia 11, para 55,22 dólares – o que equivale a uma descida no valor de mercado de 4 mil milhões de dólares. 

Nos dias seguintes, as ações da marca continuaram a descer, tendo atingido o mínimo de 54,57 dólares no fecho de quarta-feira, voltando, porém, a recuperar ligeiramente no dia seguinte. 

Esta descida contrastou com a tendência do resto do S&P 500, que subiu 0,4% na segunda-feira. De acrescentar que, no geral, o índice S&P 500 subiu 13% este ano, enquanto que as ações da Coca-Cola subiram 0,5%.

O facto da Coca-Cola ter desvalorizado 4 mil milhões não se deve apenas ao gesto de Cristiano Ronaldo. Na verdade, as variações que ocorreram na segunda-feira não passam de oscilações banais para empresas com dimensões como as da Coca-Cola. O jornal português Observador chama a atenção que segunda-feira foi dia de ex-dividend, acionistas que comprem ações nesse dia já não têm direito ao recebimento do dividendo atual, isto resulta naturalmente na diminuição do valor da ação. 

Para além disso, o preço de abertura de segunda-feira foi de 55,69 dólares, já muito abaixo do valor de fecho de sexta-feira (56,16 dólares). E apesar de 55,20 ter sido o valor mínimo de transação do dia, o preço de fecho de segunda-feira foi ligeiramente superior (55,55 dólares). Deste modo, a variação negativa que deve ser considerada é de apenas 0,25%, já a contar com o efeito do dividendo.  

A influência, não intencional, nos mercados financeiros por parte de celebridades é algo bastante curioso, no entanto o caso de Cristiano Ronaldo não é, decerto, inédito. Em 2018, por exemplo, o valor de mercado da rede social Snapchat ($SNAP) sofreu uma redução de 1,3 mil milhões de dólares, após a jovem empresária, Kylie Jenner, ter publicado no Twitter que já não usava a aplicação há algum tempo. 

As pessoas que transacionam ações no mercado estão atentas às tendências relacionadas com as marcas que detêm. Para alguns, as celebridades são uma boa fonte de informação, tendo em conta que influenciam facilmente a opinião pública.

Contudo, é importante notificar o leitor, que a influência das celebridades tende a impactar apenas os preços das ações no curto prazo, tendo pouco efeito sobre o valor real de um ativo/empresa. Assim sendo, ao investir, deve ser capaz de separar a especulação, para conseguir realizar escolhas racionais que estejam de acordo com a sua visão de longo prazo, permanecendo disciplinado ao seu plano de investimento.  

Autora: Leonor Ramos

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