O Citigroup Inc. regressou ao mercado de obrigações sociais poucos dias depois de se ter tornado o primeiro banco de Wall Street a concordar auditar as suas operações de forma a determinar se e como contribui para a discriminação racial.
A nova obrigação social tem uma maturidade de quatro anos e faz parte de uma transação de 4 mil milhões de dólares.
A auditoria centrar-se-á no compromisso do Citigroup, anunciado em 2020, de dedicar mil milhões de dólares a iniciativas que contribuíssem para colmatar o persistente fosso de riqueza racial nos Estados Unidos, onde o património líquido médio de uma família branca é quase dez vezes superior ao de uma família negra.
Esta será a segunda obrigação social organizada pelo Citigroup depois de ter vendido 2,5 mil milhões de dólares em outubro do ano passado – o maior negócio deste género do setor privado – para ajudar a financiar a construção, reabilitação e preservação de habitações a preços acessíveis para as populações de baixos e moderados rendimentos nos EUA.
As vendas globais de obrigações sociais de empresas e governos atingiram, até agora, um recorde de 217 mil milhões de dólares este ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg, isto é, mais do que os 162 mil milhões de dólares angariados no ano passado.
A emissão dos títulos surgiu no auge da pandemia à medida que governos, entidades supranacionais e empresas impulsionavam a contração de empréstimos para ultrapassar a pandemia. A Moody’s ESG Solutions espera que a tendência se mantenha e que as questões sociais se repercutam cada vez mais noutros instrumentos de dívida sustentáveis como as obrigações ligadas à sustentabilidade.
“Independentemente da estrutura utilizada, os investidores irão considerar cada vez mais a ligação entre o financiamento social de um emissor e as suas credenciais globais de ESG e a estratégia de sustentabilidade”, afirmam os analistas da Moody’s ESG Solutions.
Autora: Inês do Peso Catalão
