O Banco Popular da China (PBOC) diz considerar a Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas como criptoativos e, consequentemente, como “alternativas de investimento”, mas não como moedas. Esta posição foi demonstrada pelo vice-governador do Banco, Li Bo, no evento Boao Forum for Asia, que decorreu no passado fim-de-semana.
O discurso de Bo é visto pelos insiders do setor, como Flex Yang, CEO e fundador da Babel Finance, como sendo “progressivo”, e fez com que estes ficassem atentos a potenciais mudanças regulatórias que o Banco Central da China possa vir a fazer para evitar que a natureza especulativa destes ativos coloquem a estabilidade financeira em risco. Porém, o vice-governador do PBOC garantiu a permanência das atuais regulações sobre criptomoedas no país.
Este acontecimento surge após a Turquia ter banido o uso de criptomoedas como método de pagamento a partir de 30 de abril, e marca uma mudança de posição da China em relação às criptomoedas, já que, anteriormente, há cerca de 4 anos atrás, o país chegou a ser um dos maiores compradores de Bitcoin. No entanto, em 2017, a China baniu as Initial Coin Offerings (ICOs) e terminou o câmbio local de criptomoedas.
A Bitcoin tem vindo a ganhar reconhecimento no mundo financeiro, tendo-se verificado uma valorização de 95% desde o início do ano, e até empresas como a Tesla ($TSLA) ou a MicroStrategy ($MSTR) têm vindo a comprar grandes quantidades desta criptomoeda.
Na semana passada a Bitcoin registou um recorde ao atingir um máximo de 64.000$. Contudo, durante o fim-de-semana, a criptomoeda desceu 17%, atingindo o seu valor mais baixo desde fevereiro. Entretanto, o seu valor voltou a aumentar no início desta semana até cerca de 57.000$.
Por sua vez, a China também já emitiu a sua própria moeda digital, o yuan digital, com o objetivo de substituir o dinheiro em circulação e tornar o país numa sociedade “cashless” dentro de 5 anos, de acordo com o Citi. O país tem vindo a fazer testes e prevê-se que o e-CNY esteja disponível para utilizadores nacionais e internacionais durante o decorrer dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em Pequim.
Autor: Maria Beatriz Dias