A Binance, bolsa global de criptomoedas que fornece uma plataforma de mais de 100 moedas criptográficas, publicou recentemente uma lista de direitos fundamentais da criptografia. Um dos argumentos é o de que todas as pessoas deveriam ter acesso a ferramentas financeiras como a criptografia.
O CEO da empresa referida, Changpeng Zhao, em entrevista à Bloomberg News, referiu que a lista é um reflexo daquilo que a Binance considera mais importante quando se trata de regulamentar a criptografia e a razão pela qual crê que seja importante que os utilizadores de criptomoedas estejam informados sobre tais regras.
Poucas são as empresas tão grandes no mundo dos ativos digitais como a Binance, que cresceu rapidamente, junto com a criptografia, num ambiente pouco regulamentado. Contudo, ultimamente tem sido objeto de vários avisos ou ações de vários países, em virtude do facto de já ter uma elevada dimensão e porque os reguladores estão a tentar impôr a sua ordem.
Changpeng Zhao acredita que estar em conformidade com as regulamentações permitirá que mais pessoas utilizem a Binance como bolsa de criptomoedas, uma vez que a maioria das pessoas sente-se mais confortável ao utilizar uma bolsa certificada. Atendendo ao disposto no último ponto da lista de direitos fundamentais, a regulamentação é, de facto, inevitável.
O CEO considera que é extremamente importante o contacto pessoal entre os responsáveis das empresas e as entidades reguladoras. Tal contribui para que se estabeleça uma relação de confiança entre as partes muito mais rápida, eliminando assim o ceticismo inicial que é característico das entidades enunciadas.
Em 2017, o site “Binance.com” foi bloqueado pela firewall chinesa mas, hoje em dia, as restrições no país são ainda maiores no que toca à indústria da Blockchain. Por exemplo, a verificação de e-mail para qualquer um dos provedores de software de e-mail chineses é bloqueada. Dada esta regulamentação intransigente da China, não é expectável o uso de plataformas criptográficas por parte dos utilizadores deste país, nem é expectável que este tipo de política se venha a alterar no curto prazo.
Para Changpeng Zhao regulação e inovação não são mutuamente exclusivas e espera que este tipo de indústria possa, cada vez mais, trabalhar com reguladores e líderes mundiais na identificação de políticas regulatórias eficazes e capazes de, principalmente, proteger os utilizadores destes mercados e estimular a inovação.
Autor: Duarte Moura