A corrida aos certificados de aforro em Portugal superou todos os recordes no primeiro mês de 2023. Durante o mês de janeiro o stock de capital subiu mais de 15%, atingindo um valor histórico de 22,5 mil milhões de euros.
Cada vez mais os portugueses confiam nos certificados de aforro para investir as suas poupanças, segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal, em janeiro o montante total aplicado a certificados de aforro era de 22,5 mil milhões de euros, o maior valor desde 1998, sendo importante ressalvar que este valor representa um aumento de quase 100% em relação ao valor de janeiro de 2022.
Durante o último ano, em especial no segundo semestre, houve uma especial afluência aos certificados de aforro, entre outubro e dezembro as subscrições aumentaram cerca de 11,4% por mês e com a entrada em 2023 a tendência aparenta ser para manter, com as subscrições líquidas a aumentarem 14,8%, cerca de 2,9 mil milhões de euros.
Observemos o crescimento exponencial das subscrições deste instrumento financeiro:

A partir do gráfico apresentado, torna-se clara a magnitude do aumento de subscrições de certificados de aforro durante o último ano, causadas não só pela situação de incerteza que é vivida um pouco por todo o mundo, que incentiva à poupança, mas também pelo facto dos maiores bancos comerciais portugueses ainda estarem com as taxas de juro dos depósitos a prazo próximas de 0%, algo que fez com que as pessoas recorram aos certificados de aforro, uma vez que, segundo os últimos dados, a taxa anual paga pelo certificados de aforro era de 3,4% – muito próximo dos 3,5% que é a taxa máximo permitida por lei.

Mário Costa, estudante do 1º ano do Mestrado em Finanças na FEP, Financial Content Writer na MeuCapital e Membro do Departamento de Corporate Finance no FEP Finance Club. É escuteiro desde os 9 anos e ao longo dos anos desenvolveu um forte interesse pela área financeira, tendo por a missão de contribuir para uma maior literacia financeira em Portugal.