Canadá impõe maior rigidez na concessão de empréstimos

Perante a ameaça de uma crise imobiliária no país, o Banco Central do Canadá propõe medidas de contenção da procura, tornando mais exigente o acesso ao financiamento para a aquisição de imóveis através da concessão de empréstimos. A proposta resulta da urgência em acalmar o mercado imobiliário do país que se encontra em rápida expansão desde o início da pandemia.

O que está em causa é a criação de barreiras mais rígidas na concessão de crédito habitação: o Office of the Superintendent of Financial Institutions (OSFI), agência responsável pela supervisão e regulação das instituições financeiras federais, estipulou esta quinta-feira, dia 8, uma taxa de qualificação mínima para empréstimos à habitação (uninsured mortgages) de 5.25%.  Deste modo, para que seja concedido o direito ao crédito, os consumidores terão de provar que têm capacidade de dispor esse valor.

O contexto em que o mercado imobiliário canadiano se encontra, levou à criação de novas regras de modo a restringir o poder de compra das famílias. De facto, o país tem verificado subidas elevadas nos preços dos imóveis e, no passado mês de fevereiro, o valor médio de venda nacional bateu um recorde histórico de 678.091 dólares, o que representa um aumento de mais de 25% em relação ao mesmo mês do ano anterior, no pré-pandemia.

A bolha especulativa que paira sobre o mercado imobiliário nacional, resulta das hipotecas baratas e das novas condições de trabalho remoto que geraram um aumento do interesse em adquirir casas mais espaçosas.

O OSFI acredita que as condições atuais de mercado “têm potencial para colocar os credores em crescente risco financeiro” e que por isso é necessário agir. A agência chama também à atenção que “um sistema financeiro forte que seja capaz de apoiar os canadianos no ambiente atual, irá ser fundamental para a recuperação económica no pós-pandemia do Canadá.”

O plano é que a alteração seja implementada no dia 1 de junho, após as partes interessadas serem consultadas, e que a taxa de qualificação mínima seja revista pelo menos uma vez por ano, de modo a que permaneça apropriada independentemente das mudanças que possam ocorrer no ambiente económico. 

No entanto, surge a preocupação de que esta medida resulte numa aceleração temporária não intencional do mercado. Os compradores, para evitar os novos obstáculos, irão antecipar os seus investimentos, agravando momentaneamente a atual conjuntura. 

Autor: Leonor Ramos    

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