Investigadores espanhóis invadiram os escritórios da Repsol, Cepsa e BP numa feroz investigação sobre alegações de que as empresas abusaram do seu poder no mercado de petróleo.
A investigação, até presentemente desconhecida, do órgão fiscalizador da concorrência, revelou-se uma nova fonte de tensão nas relações entre as autoridades espanholas e o setor de energia, enquanto o governo combate as consequências dos preços elevados originados pela invasão russa à Ucrânia.
Grandes empresas desempenham papel duplo
A situação inicial a que devemos dar atenção começa com a compreensão de que grandes empresas como a Repsol, Cepsa e BP, desempenham um papel duplo. Por um lado, trabalham como refinarias que vendem gasolina a operadores de postos de combustível, por outro, competem diretamente com eles como proprietários de postos de gasolina de marca própria.
Como consequência disso, as grandes empresas cobram preços mais altos no mercado grossista e oferecem bons descontos nos postos de gasolina, deixando os pequenos operadores a lutar financeiramente.
Repsol e Cepsa controlam o negócio do petróleo
Em Espanha, a realidade é que há muito que a Repsol e a Cepsa controlam o negócio de petróleo e, de acordo com a CNMC, a mesma inspecionou as sedes das empresas entre os dias 28 de novembro e 2 deste mês e afirmou estar a “analisar supostas práticas anticompetitivas que poderiam violar a Lei de Concorrência da Espanha” e a legislação da União Europeia. E, acrescentou que “se evidências de irregularidades forem encontradas, irá ser iniciado um processo disciplinar” pois “práticas anti concorrenciais e abusos de posição dominante constituem uma infração gravíssima ao direito da concorrência, que pode levar a multas até 10% do volume de negócios (anual) total”.
De acordo com as três grandes empresas todas se encontram a colaborar com a Autoridade da Concorrência nas investigações e, tanto a Repsol como a Cepsa, afirmam cumprir ou agir corretamente de acordo com as regras concorrenciais.
Contudo, duas semanas antes de o governo ter terminado com um subsídio que reduzia os preços em €0,20/litro, alguns dos grandes proprietários dos postos de gasolina complementaram este subsídio com descontos extra exclusivos, que adversários menores não conseguem acompanhar.

Pelo gráfico acima, conseguimos verificar que os preços da gasolina, esta semana, têm rondado em média 1,6 euros.
Autor: Sara Nobre

Sara Nobre, 19 anos, natural da Guarda. Estudante de Economia na FEUC com um passado por Sociologia na mesma faculdade. Apaixonada pelo mundo financeiro e hoteleiro. Sem certezas para o seu futuro mas com a garantia de dar o seu melhor e tentar tirar o melhor proveito do que possa surgir, incluindo com a experiencia na MeuCapital.