A BP anunciou que, nos primeiros 9 meses do ano, derivado à sua saída da russa Rosneft, acumulou perdas de mais de 13 mil milhões de euros.
No final de fevereiro, e em consequência do início da invasão russa da Ucrânia, a petrolífera decidiu abandonar todas as posições que detinha (cerca de 20%) na empresa estatal russa, tendo o seu administrador demitido do Conselho de Administração da empresa controlada pelo Kremlin, afirmando que o envolvimento numa empresa controlada pelo governo de Putin se tornava impossível com o início da invasão a um país vizinho. O Presidente do CA da BP, Helge Lund, afirmou na altura que apesar da empresa operar em solo russo há 3 décadas, “esta ação militar representa uma mudança fundamental”, tendo por isso decidido cessar o seu envolvimento na Rosneft.
Agora, já depois de ter terminado esta participação, a empresa comunicou à Bolsa de Londres que teve perdas atribuíveis de 13.383 milhões de euros como resultado da sua saída da Rosneft.
Em agosto foi a vez do governo alemão ter decidido nacionalizar as subsidiárias da Rosneft na Alemanha, incluindo a refinaria de Schwedt, a 4º maior do país e que representa cerca de 12% da capacidade alemã de refinação. Na altura, Robert Hebeck, ministro alemão da Economia, afirmou que esta ação “contrabalança a ameaça iminente à segurança do fornecimento de energia e estabelece uma base importante para a preservação e o futuro da localidade de Schwedt”.
Apesar de tudo, a BP comunicou que no terceiro trimestre deste ano obteve lucros de 8 mil milhões de euros, um aumento em cerca de 145%, relativamente ao mesmo período de 2021, tendo os aumentos dos preços do gás natural e do petróleo contribuído bastante para este resultado.
Várias empresas petrolíferas estão a beneficiar do aumento dos preços do petróleo nos primeiros meses após a invasão da Ucrânia, que chegou a 120 dólares por barril. Entretanto, nos últimos meses os preços caíram para cerca de 95 dólares, embora permaneçam em níveis elevados. Também o gás natural tem registado preços recordes, com a incerteza verificada pela diminuição dos envios da Rússia para a Europa.
Autor: Mário Costa